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Avaliação: Renault Scénic 1.6 Hi-Flex 2007

Versatilidade, espaço, bom desempenho, são alguns dos motivos que conquistaram os usuários da minivan fabricada pela Renault no Brasil e exportada para o Mercosul
Texto: Edison Ragassi/ Fotos: Rodrigo Estrela/ Saulo Mazzoni

Lançada pela Renault na França em 1996, a Scénic caiu no gosto dos consumidores europeus. Incentivada pelos bons resultados alcançados na Matriz, a filial brasileira iniciou a produção e comercialização do monovolume, em março de 1999. A estratégia foi acertada, e inaugurou o segmento das minivans no País.

Na época em que estreou, era oferecida com duas opções de propulsores, 1.6L 16 válvulas, 2.0L 8 válvulas, e vendeu 15 mil unidades.
Não demorou muito para a concorrência contra-atacar, pois no primeiro semestre de 2001, chegaram Chevrolet Zafira e Picasso da Citroën para medir forças com a pioneira Scénic.
Com o objetivo de enfrentar tanto os rivais nacionais, como os importados, em 2001 a minivan da Renault passou por uma reestilização. As maiores mudanças foram realizadas na dianteira, que foi totalmente redesenhada.

Comparado com o modelo de 1999, o capô ficou mais arredondado e menos inclinado. Os faróis trocaram as linhas retas, por um conjunto ótico duplo em forma de losango, e grande dimensão, feito em plástico liso. Já em 2006, recebeu acabamento cromado em todas as versões, e no suporte da luz de placa traseiro apenas no acabamento Expression e Privilège.
E, a versão esportiva, graças ao Kit Sportway, o qual inclui: bancos revestidos em veludo ‘Typologie’, pintura metálica, rodas de liga leve de 15″, faróis com duplo refletor ótico, retrovisores externos e pára-choques na cor da carroceria, para- choques de impulsão e protetor, faróis com máscara negra, barras de teto e estribo lateral.
Na dianteira, a grade frontal com duas entradas de ar em formato de colmeia destaca a logomarca da montadora ao centro.

A lateral tem área envidraçada grande, as separações das janelas nas portas dianteiras lembram um quebra-vento, sem a chave de abertura. Vincos na altura das maçanetas, borrachões encaixados nas quatro portas, que seguem na mesma linha das rodas completam a lateral. Em relação ao modelo 1999, os pára-choques dianteiro e traseiro foram redesenhados, ganharam linhas arredondadas. Em todas as versões de acabamento, esses componentes são da mesma cor da carroceria e, na parte dianteira, abrigam faróis de neblina redondos (os anteriores eram quadrados.

No interior, os destaques são: espaço, versatilidade e requintes no acabamento. Todas as versões da Scénic são equipadas de série com direção hidráulica, comando elétrico dos vidros dianteiros e retrovisor esquerdo com dupla visibilidade.

A versão topo de linha, conta com maçanetas internas de abertura das portas cromadas, porta objetos instalado na parte superior do painel de instrumentos, acima do airbag do passageiro, e painel revestido em material emborrachado denominado “Soft-touch”. E ainda computador de bordo, ABS com “AFU” (Assistência à Frenagem de Urgência), apoio de braço entre os bancos dianteiros, ar-condicionado, faróis de neblina, freios traseiros a disco, indicador de temperatura exterior, rádio/toca CD com display no painel, comando satélite de controles do sistema de som
próximo ao volante, quatro alto-falantes e dois tweeters, entre outros.

Os bancos de passageiros são confortáveis. Para o motorista, exige sensibilidade, e o cuidado de ajustar assento, encosto e altura, inclusive do volante de maneira conjunta, até encontrar um bom posicionamento para dirigir.
Já os comandos de controle dos vidros são separados, os das janelas dianteiras colocados no apoio da porta, e da traseira ficam na parte inferior do painel à esquerda, o que causa desconforto para manejar. Com vários porta-objetos, ainda possui um compartimento refrigerado, ligado ao ar-condicionado, com capacidade para armazenar três latas.

Os bancos traseiros são separados, e podem ser rebatidos um a um, e no
assoalho três guarda-volumes. Mesinhas reclináveis tipo avião nas costas dos bancos dianteiros, completam o conjunto de soluções implantadas para proporcionar comodidade aos ocupantes.
Transporta 410 litros de bagagem, ou até 1.800 litros com os bancos traseiros rebatidos.
O propulsor 2.0L 16 válvulas foi incorporado em 2001, e a mais recente atualização na motorização aconteceu em março de 2005.

Sem alterar o design, a Renault incorporou a tecnologia que permiti ao 1.6L 16v consumir álcool, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção. Batizado de Hi-Flex, mecanicamente o propulsor é semelhante ao que equipa os modelos Hatch e Sedan do Clio.

Para acoplar o motor na prima robusta, foram feitas mudanças na disposição de alguns componentes. Entre elas, a localização do bocal de
abastecimento do recipiente que armazena a gasolina do sistema de partida a frio, foi acoplada sob a grade de escoamento da água do pára-brisa.

O aparelho funciona quando o combustível injetado na câmara de combustão é composto por mais de 85% de álcool, e a temperatura ambiente é inferior a 18º C. Os tubos responsáveis por transportar o combustível ao propulsor e vice-versa, também sofreram alterações.

Outra novidade incorporada ao 1.6 16v Hi-Flex, em relação a versão anterior a gasolina é o sistema de acelerador eletrônico (desenvolvido a partir do sistema usado nos carros da F-1). Essas atualizações contribuíram para manter a Scénic em evidência e com boa procura no mercado, inclusive de usados e seminovos. Apesar da mudança visual feita em 2001, os modelos fabricados com a frente antiga também despertam o interesse do consumidor, a minivan da Renault é adquirida para ser o carro da família, geralmente o homem compra para deixar com a esposa.

Impressões ao dirigir Renault Scénic 1.6 Hi-Flex

A Scénic 1.6L Hi-Flex avaliada por Auto Agora foi abastecida com 100% gasolina (110 cv gasolina /115 cv com álcool). Mostrou arranque e reações rápidas, precisas, a impressão é de guiar um sedã.
A dirigibilidade agrada ao realizar manobras de estacionamento, até mesmo em vagas apertadas, e os retrovisores oferecem boa visão.

Ao ultrapassar valetas e lombadas, foi possível constatar a boa altura em relação ao solo, e o conforto proporcionado pela calibragem da suspensão. Estas qualidades são confirmadas pelos usuários. “Nos primeiros dias com a Scénic tinha a impressão de que ela sairia pulando de uma lombada, mas isso não acontece”, garante o analista de sistemas Leandro Galdino de Almeida. Ele é casado, não tem filhos e planeja ampliar a família. Esse é um dos motivos que levou Leandro a procurar um monovolume, e adquiriu a 1.6 Hi-Flex versão Privilège em novembro de 2005.

Antes da compra avaliou vários modelos de carros, minivans e até picapes “optei pela Scénic por ser a mais completa, ter motor bicombustível, manutenção mais em conta, e por questões de segurança”, explica. O analista considera que o carro não chama muita atenção. Também elogia o tratamento que recebeu na concessionária e o sistema de trabalho da montadora, “comprei o modelo topo de linha porque a Renault ofereceu facilidades no financiamento, também gostei dos pacotes oferecidos, são poucos e não confundem na hora de escolher”.

Outro cliente satisfeito ouvido pela reportagem, é o jornalista da Rede Record de Televisão, Rogério Pincelli. O transporte entre a residência no bairro do Campo Belo (zona sul de São Paulo), até a Barra Funda (zona Oeste) é feito em uma Scénic 1.6L Hi-Flex comprada no inicio de 2005, ele roda em média 40 km por dia.
Rogério não é casado e não tem filhos, mas escolheu a minivan por ser, “um veículo grande, confortável”, e completa, “também consultei um amigo que já teve a Scénic e aprovou”.

Igual a Leandro, Rogério elogia a dirigibilidade, desempenho do veículo, e sobre o espaço da Scénic, declara: “quem olha por fora, não imagina como é grande por dentro, certa vez transportei uma mesa com 1,20m de comprimento e quatro cadeiras até Campinas (interior de São Paulo), tomei cuidado, forrei as partes que tocavam na lataria, para não riscar e foi tudo bem”.
Já Leandro, praticante de mergulho, também aprova o espaço oferecido, “quando viajo para mergulhar levo meu equipamento e de minha esposa, malas e ainda sobra muito espaço”, comenta. Por ser um carro familiar, não poderia faltar a opinião feminina, e ouvimos também uma proprietária da minivan. Maristella Rodrigues, gerente comercial, trocou a Scénic 2002 1.6L gasolina, pela versão bicombustível em janeiro de 2006.

Antes de realizar o negócio testou outras marcas e modelos, mas continuou com a minivam da Renault, “não troquei o certo pelo incerto”, e explica, “a ano 2002 não deu problemas, uso o carro para trabalhar, aos finais de semana vou para a praia, transporto a família e muita bagagem, por isso preciso de um veículo versátil, a posição de dirigir é ótima, sinto-me de salto alto o dia todo”, fala sorrindo.

A gerente comercial roda em média 500 km por semana, “tinha um carro 1.0L, depois de trocar pela Scénic e fazer contas, constatei que gasto menos e uso um veículo muito mais confortável”, garante ela. O ditado popular diz que: ‘gosto e cor não se discutem’. Incluímos na frase, “opinião sobre carros”. Isso porque existe a disposição do consumidor várias opções em modelos, destinados aos mais variados fins. Como eles não são feitos sob medida, alguns itens agradam e outros não.

No caso da Scénic, Rogério considera o design envelhecido, “a Renault poderia modernizar um pouco”, declara. E Leandro gosta do visual, “tem apelo jovem, moderno, bonito, tanto externo como interno”. E Maristella aprova a aparência externa, e interna: “é muito bonita, os ‘porta-trecos’ são bem funcionais, inclusive o colocado na frente da alavanca de mudanças (compartimento refrigerado), e o painel é elegante, feito com muito bom gosto”.

O compartimento refrigerado foi incorporado pela Renault no modelo 2006. “Um amigo disse que a Scénic é um carro que é descoberto aos poucos, eu concordo”, lembra Leandro e completa, “é o caso do compartimento refrigerado, já usei e é bom”.
Apesar das diferenças de uso e necessidades, existe um ponto em comum entre os usuários: eles se consideram felizes proprietários da Scénic 1.6 Hi-Flex. Ela é oferecida com três versões de acabamento: Authentique (R$ 54.530,), Kids (R$ 57.990- com aparelho reprodutor de DVD) e Expression (R$ 60.990).

Ficha técnica Renault Scénic 1.6 16V Hi-Flex

Arquitetura: Carroceria monobloco, monovolume, 5 port Reas, 5 passageiros
Motor: K4M Hi-Flex, bicombustível (álcool e/ou gasolina), 4 cilindros em linha, 16 válvulas
Tração: Dianteira

Cilindrada: 1.598 cm3
Taxa de compressão: 10:1
Potência máxima: 115 cv (álcool) / 110 cv @ 5.750 rpm
Torque máximo: 16,0 mkgf (álcool) / 15,1 mkgf @ 3.750 rpm
Alimentação: Injeção Eletrônica Multiponto Seqüencial
Rodas: Aço estampado Liga Leve
Pneus: 195/60 R15 185/65 R15
Suspensão dianteira: McPherson, com triângulo inferior e efeito antimergulho, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora.
Suspensão traseira: Rodas independentes, braços arrastados, quatro barras de torção transversais e amortecedores hidráulicos telescópicos inclinados.
Freios Privilège: Duplo circuito em “X”, discos ventilados dianteiros, com 280 mm de diâmetro, e traseiros, com 274 mm de diâmetro, com ABS nas 4 rodas.
Direção: Hidráulica, diâmetro de giro 10,7 m
Coeficiente aerodinâmico: Cx 0,33
Câmbio Mecânico: 5 velocidades
Tanque de combustível: 60 litros
Porta-malas (dm3) min/max 410 / 1.800
Peso (em ordem de marcha) 1.250 kg
Entre-eixos: 2.580 mm
Comprimento: 4.169 mm
Altura: 1.615 mm
Largura com retrovisores: 2.020 mm

Leia também: Renault comemora 25 anos da fabricação do Scénic

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