REAÇÃO TARDIA

EM BUSCA DO EQUILÍBRIO
28/04/2011
NUNCA A FAVOR DO RÉU
14/05/2011

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Por: Fernando Calmon

Foto F. Calmon 19 - média

Se existe uma iniciativa que deu certo no Brasil, sem dúvida é o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que no próximo dia 6 de junho completará 25 anos de implantação. Aplicado ao longo do tempo em plena harmonia aos veículos leves (gasolina, etanol, flex e GNV), o Proconve estabeleceu metas plausíveis e atendidas pela indústria automobilística. Só ocorreu uma mancha: o descumprimento da fase P6 (motores diesel) prevista para 2009.

Sem retirar a responsabilidade da Petrobrás e da indústria, a maior parcela de culpa coube à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) por negligenciar sua obrigação legal quanto às especificações do diesel. Para consertar o estrago, antecipou-se o início da fase P7 para janeiro próximo por acordo judicial.

A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) organizou, semana passada em São Paulo, um seminário em que se discutiram as metas futuras do Proconve dentro do contexto de esforço mundial para conter o aquecimento do planeta. Franco Ciranni, presidente da entidade, lembrou os estudos da Universidade de São Paulo apontando o programa como uma “vacina ambiental” para a população brasileira.

Otavio Okano, presidente da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), do governo estadual, reconheceu a importância do controle de emissões das fontes móveis. Graças ao Proconve, a cidade de São Paulo – a mais poluída do país – apresentou apenas quatro dias (1% dos 365 dias em 2010) de qualidade do ar abaixo da considerada boa.
Ainda assim há muito que fazer. O ozônio, formado por hidrocarbonetos

(HC) e óxidos de nitrogênio (NOx) emitidos por veículos em presença de luz solar, precisa de atenção não apenas em São Paulo. A inspeção veicular ambiental começa em várias cidades brasileiras de porte médio já em 2012. Se veículos novos emitem concentrações mínimas de HC e NOx e possuem controle eletrônico confiável, os mais antigos exigem maior cuidado com a manutenção.

É de se esperar que o erro na capital paulista seja evitado: automóveis com três meses de uso são inspecionados apenas para garantir o equilíbrio financeiro da concessionária do serviço, temerosa sobre a evasão de carros de idade avançada. Em outros países, só depois do terceiro ou quarto ano de uso os veículos de passageiros particulares passam por inspeções.

Por coincidência, no dia de seminário, o Governo Federal tentou mostrar serviço, publicando uma medida provisória para “enfrentar” o preço alto do etanol. Agora, começo de safra, pouco adianta alterar o conteúdo de biocombustível na gasolina. Deveria ter ocorrido em novembro, seis meses atrás. No exterior, por exemplo, há gasolina e diesel de inverno. No Brasil, em princípio, seria possível alterar o teor de etanol anidro durante a entressafra de cana de forma institucional e não improvisada.

Outra trapalhada do governo foi “ameaçar” diminuir o porcentual mínimo de etanol para 18%, o que nada resolve. A mistura atual varia de 20% a 25%, mas o intervalo vai de 19% a 26%, incluída a margem de erro nos extremos. Agora o mínimo pode chegar a 17%, o que traria problemas aos motores com maior taxa de compressão, justamente os melhores.

RODA VIVA

COMO se esperava, o Contran adiou, pela quarta vez, o início de instalação de rastreadores em todos os veículos novos para 15 de janeiro de 2012. Iniciativa polêmica e cara deveria ser apenas opcional. O programa de etiquetagem eletrônica para controle do IPVA é barato, mais rápido para instalar em toda a frota e ajudar no combate ao roubo e furto.

AUDI A7 (R$ 323.900,00) demonstra que as propostas da marca estão cada vez mais audaciosas em estilo e uso diferenciado. Partindo da arquitetura do topo de gama A8, oferece ótimo espaço interno (apesar de menor entre-eixos), porta-malas de 535 litros, acabamento e equipamentos de alto padrão. Motor V-6 (300 cv) e tração 4×4 formam um conjunto poderoso e aguçam o prazer ao volante.

FORTE concorrente entre médios-compactos, o Fluence (R$ 64.990,00) demonstra que a Renault acertou a mão. Conjunto motor /caixa de câmbio CVT, origem Nissan, é um dos pontos altos, além do espaço interno (em especial para as pernas no banco traseiro), qualidade dos materiais aplicados e equipamentos de série. Suspensão é boa, mas um pouco ruidosa.

PELO preço tão baixo de R$ 22.990,00 talvez dê para conviver com o nível de isolamento acústico ruim do motor, de apenas 68 cv, do subcompacto chinês Chery QQ. Estilo, quadro de instrumentos e vários itens de conforto/segurança (airbag, ABS) também agradam. Mas a sensação geral de qualidade sofrível e erros primários de acabamento beiram o inaceitável.
CORREÇÃO: na avaliação do Corolla, na coluna anterior, o motor de 1,8 litro, mais potente e econômico na linha 2012, está disponível somente nas versões XLi e GLi. A partir do atual ano-modelo, o XEi só tem disponível o motor de 2 litros, que não mudou.
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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon

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