A iluminação automotiva volta às discussões por conta da lei que está prestes a ser sancionada no Brasil, tornando obrigatório o uso da luz baixa nos carros mesmo durante o dia. Com isso, uma das principais dúvidas dos usuários é se há realmente a necessidade de se trabalhar em uma norma para essa questão.
Afinal, o que vai mudar se a luz solar já cumpre seu papel antes do anoitecer? Países da América do Sul como Argentina, Uruguai, Colômbia e Paraguai já têm leis similares. Na Colômbia, por exemplo, deve-se acender este tipo de luz das 6h até 18h, não importando a condição climática. Na Argentina, a luz deve permanecer acesa durante todo o dia, independentemente do grau de luz natural e da visibilidade.
Esses países já perceberam o impacto positivo dessa lei no seu cotidiano. Uma das mudanças mais importantes foi a redução do número de acidentes, pois motoristas e pedestres conseguem ter boa visibilidade mesmo a longas e médias distâncias, o que aumenta o tempo de tomada de decisão frente às situações de perigo.
Tanto a frenagem, como as manobras de evasão não são feitas com base apenas no reflexo, mesmo que isso possa parecer improvável em uma primeira análise da proposta. Vale dizer que, atualmente, as formas e cores dos veículos modernos contribuem para gerar confusão visual, ainda mais quando estamos em velocidades mais elevadas, o que pode ser contornado pela luz auxiliar.
No Brasil, a Lei nº 9.503 estabelece que o condutor deve manter os faróis de luz baixa acessa durante a noite e, durante o dia, nos túneis providos de iluminação pública. Apenas com essas condições seu texto já colabora para a segurança em nossas vias, o que pode aumentar com a nova legislação.
O mercado brasileiro já está preparado para essa mudança, contando inclusive com a chegada de modelos de lâmpadas especialmente desenvolvidas para tal finalidade. Em uma época em que a quantidade de carros circulando nas ruas é bem superior do que, por exemplo, em 1997 quando foi implantada a lei para uso de farol de luz baixa, é essencial a adoção de novos hábitos que já se mostram eficientes em outras regiões do mundo, como a Europa.
*Ricardo Leptich é formado em Marketing com especializações em Administração de Empresas pela FAAP e Gestão Empresarial pela FGV. Hoje, é gerente Nacional de Vendas e Marketing da Divisão de Lâmpadas Automotivas e Especiais da OSRAM do Brasil.