EcoSport 1.6 Flex
Fabricado em Camaçari o EcoSport 1.6 trocou o motor em março de 2005, saiu o só gasolina e entrou o equipado com a tecnologia Flex, o que deixou o SUV mais rápido e potente
Texto: Edison Ragassi
Fotos: Alexandre Andrade
Lançado em 2003, o EcoSport produzido no complexo industrial de Camaçari (BA) chegou ao mercado nacional com a proposta de ser um veículo utilitário esportivo (SUV). Aquele que durante a semana é usado nos afazeres de trabalho, leva as crianças para escola, vai ao supermercado, atravessa trânsito congestionado, e aos finais de semana, aventura-se por trilhas e estradas em direção a sítios e chácaras.
Na época da apresentação era oferecido com motorização 1.0L Supercharger, 1.6L gasolina e 2.0L Duratec.
No ano seguinte a montadora incorporou ao modelo mais potente a tração nas quatro rodas 4WD, a qual é acionada com um toque no botão alojado no painel.
Em março de 2005, saiu o propulsor 1.6 gasolina e entrou o RoCam 1.6L Flex, igual ao usado nos irmãos de plataforma, Novo Fiesta Hatch e Sedan e que é abastecido com álcool, gasolina e a mistura dos dois em qualquer proporção.
Esta modificação deu fôlego novo ao jipe, pois o antigo motor oferecia 98 cv e o atual chega a 111 cv, ao usar álcool, e 105 cv, rodando com 100% gasolina.
Na prática, o EcoSport 1.6L ficou muito bom de acelerar. O RoCam tem arranque lento, a relação de trocas de marcha é mais longa entre a primeira e a segunda, e mais curta de terceira a quinta. Ele responde bem nas ultrapassagens, embala rápido, mas sofre quando o arranque acontece em uma subida, demora um pouco até ganhar fôlego.
A área envidraçada proporciona boa visibilidade, e os retrovisores grandes são bons aliados nas manobras de estacionamento.
A altura elevada, aliada ao sistema de suspensão e pneus 205/65 calçados em rodas de liga leve R15 são ótimos para ultrapassar obstáculos como lombadas e valetas. E ao contrário do que possa aparentar, não é um veículo duro.
Com apelo esportivo, o jipe da Ford agrada consumidores de várias idades, homens, mulheres, tanto os mais jovens como pelos mais velhos.
O sucesso alcançado fez com que o modelo ganhasse investimentos, e para reforçar o apelo jovem, no final de 2005, a montadora incorporou o kit Freestyle, o qual posteriormente passou a ser produto de serie.
O modelo vem com pneus de uso misto e molduras laterais mais largas, além de pára-choque de impulsão e rodas de liga leve, pára-choques e espelhos retrovisores pintados na cor cinza “London Gray”, em tom contrastante com a carroceria, e a capa do estepe em vinil com desenho e o logotipo FreeStyle.
Na parte interna, o sistema de som com toca-CD, leitor MP3, quatro alto-falantes e tweeters, bancos personalizados, revestidos em tecido diferenciado dos usados pelas outras versões, e tapetes de borracha.
Ainda é equipado com os seguintes itens da versão XLS: ar-condicionado, compartimento refrigerado no painel, trio elétrico (vidros elétricos com acionamento a um toque para baixo, espelho retrovisor e travas das portas com controle remoto), travamento automático das portas a 15 km/h, trava automática das portas pelo lado do passageiro, faróis de neblina, luz elevada de freio (brake light), bagageiro com barras transversais, luz interna com temporizador, luz de leitura traseira e porta-luvas iluminado.
Este apelo esportivo chamou a atenção do empresário Wagner Aquino. Ele adquiriu um EcoSport 1.6 Flex em novembro de 2005. O carro de Wagner antes da primeira revisão apresentou um pequeno problema, “com 4.000 km rodados soltaram os batentes dos amortecedores, levei até a concessionária e eles resolveram rapidamente, não foi um problema grave”, comenta. “E na primeira revisão, feita aos 15.000 km, os serviços foram só os sugeridos”, completa.
O empresário considera o SUV da Ford gostoso de guiar, “apesar de ser alto, combina mais com a cidade”, fala Wagner.
Ele também sente falta de um indicador no painel de “portas abertas”, e uma melhor regulagem nas mesmas. “As portas são pesadas, se não tomar cuidado ao abrir para descer um passageiro ela escapa”, comenta.
Clóvis de Souza, sócio de Wagner, também tem um EcoSport 1.6 Flex, ele adquiriu o veículo em setembro de 2005. A escolha, também recaiu pelo modelo da Ford, “por oferecer apelo esportivo”, mas segundo Clóvis, “não superou as expectativas”. E ele explica porque: “esperava um carro mais parecido com uma picape, um pouco mais preparado para enfrentar terra”.
Outro fator que desagradou Clóvis é o sistema de freio, “não sinto muito segurança ao realizar as frenagens, o sistema poderia ser um pouco mais preciso”, comenta.
Por estes motivos, Clóvis concorda com Wagner, e considera o EcoSport 1.6 Flex um carro com características urbanas e não uso misto (cidade/campo).
Atualmente a Ford comercializa o EcoSport 1.6L Flex com as versões de acabamento XL, ao preço sugerido de R$ R$49.680, XLS R$ R$53.470, XLT R$ 57.430 (entrada) e R$ 63.210 (topo de linha), XLT FreeStyle R$55.920. O XLT 2.0 custa R$ R$62.490 (entrada), e 67.600 topo de linha. A versão 4WD, chega a R$ 68.740.
Ficha técnica
Motor: dianteiro,1.6L SOHC FLEX, Zetec RoCam
Cilindrada: 1598 cm³
Nº de cilindros: 4
Potência máxima: 105 CV a 5500rpm (gasolina), 111 CV a 5500rpm (álcool) Torque máximo: 14,83 mkgf a 4250rpm (gasolina), 15,82mkgf a 4250rpm (álcool)
Transmissão: câmbio manual de cinco velocidades
Tração: dianteira
Direção: hidráulica tipo pinhão e cremalheira
Rodas: 15 x 6
Pneus: 205/65 R15
Freios: Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira
Suspensão:
Dianteira: Independente, do tipo McPherson, molas helicoidais, braços inferiores, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora;
Traseira: semi-independente com eixo auto-estabilizante e amortecedores hidráulicos
Dimensões/ Pesos/ Capacidades
Comprimento: 4,23m
Largura: 1,73m
Altura: 1,57m
Peso em ordem de marcha: 1.210 kg
Porta-malas: 281 litros