Modelo hibrido da Toyota é espaçoso, bem ajustado, fácil de guiar e tem construção simples, o que facilita e diminui custos de revisões e reparos
Texto: Edison Ragassi/ Fotos: Estúdio Prána- Divulgação
Em janeiro de 2013, a Toyota iniciou as vendas do veículo hibrido Prius no Brasil. Ele é bem espaçoso, tem comprimento de 4.480 mm, para uma distância entre os eixos de 2.700 mm. Com largura de 1.745 mm e altura de 1.510 mm, oferece porta-malas com capacidade volumétrica de 445 litros, sem rebater os bancos.
O carro é equipado com dois motores, um a combustão de 1.798cc e comando de válvulas variável (1.8L VVT-I 16V DOHC). Sua potência é de 99 cv a 5.200 e torque de 14,5 kgfm a 4.000 rpm.
O outro propulsor é elétrico, dotado de corrente alternada trifásica, ele impulsiona as rodas quando o carro funciona exclusivamente no modo elétrico, sua potência é de 82 cv e 21,1 kgfm de torque, combinados eles chegam a 134cv, pois trabalham em sincronia.
Este sistema propulsor não utiliza correia auxiliar para mover o compressor do ar-condicionado e bomba de água, a direção tem assistência elétrica (EPS), estes itens funcionam com a eletricidade gerada pela potência do sistema de baterias.
Por falar nelas, são duas, uma que alimenta o propulsor elétrico e a outra de 12 volts para faróis, luzes, sistema de som, entre outros. “O motor a combustão é semelhante ao utilizado no Corolla, porém, eles mudaram o posicionamento da caixa do filtro do ar”, fala o engenheiro automobilístico Paulo Bueno.
Ele é diretor da Engin- Engenharia Automotiva, localizada na Chácara Santo Antônio em São Paulo.
Esta opinião é compartilhada com Claudio Marinho Guedes, diretor da Autotoki e Alberto Martinucci da Motor Fast. Eles avaliam que itens como os filtros de ar e óleo, bobinas e velas, discos e pastilhas, amortecedores e molas são de fácil acesso e não exigem ferramentas especiais para realizar a troca.
No motor, utiliza dois sistemas de refrigeração, um para o propulsor convencional e outro para o elétrico e um radiador dividido em duas partes, que armazena o liquido de arrefecimento.
O profissional fala que: “Antes de realizar diagnósticos ou reparos, o reparador precisa de conhecimento técnico e um bom equipamento de diagnose atualizado para este tipo de veículo. Caso seja necessário trocar a bateria de 12 volts é preciso antes energizar o sistema”.
A bateria que alimenta o motor elétrico do Prius não precisa ser recarregada na rede elétrica, os freios são regenerativos acumulam energia a cada frenagem realizada. Quando o veículo desacelera ou o freio é acionado, o motor elétrico funciona como um gerador.
Sendo assim, ele converte a energia cinética em energia elétrica, assim carrega tanto a bateria híbrida quanto a bateria regular.
A fiação da motorização elétrica é identificada pela cor laranja, caso seja necessário retirar este motor, a Toyota tem um torquimetro especifico, o qual é emborrachado e o reparador também precisa usar luvas e seguir os processos recomendados pela fabricante.
Completa o trem de força, a transmissão CVT (continuamente variável), a qual é comandada por sensores.
A suspensão dianteira é do tipo McPherson com barra estabilizadora e a traseira usa eixo rígido com barra estabilizadora. “Não há dificuldades para realizar troca de componentes ou alinhamento, são sistemas convencionais para a maioria dos reparadores”, observa Claudio.
Os freios são a discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com assistência do ABS e EBD. “Para trocar os discos e pastilhas, o processo é comum, porém há necessidade de ficar atento as conexões para não danifica-las”, alerta Alberto.
Todos concordam que para entender o propulsor elétrico e as tecnologias utilizadas na interação com o motor a combustão é necessária a reciclagem, ou seja, os reparadores precisam fazer cursos específicos para este tipo de veículo.
Impressões ao dirigir
Ao entrar no Prius percebe-se que é um carro com excelente espaço. Não há dificuldades para encontrar um bom posicionamento para dirigir. O painel é fácil de visualizar.
Vale dar atenção aos diversos comandos colocados no volante e acostumar-se com as informações mostradas na tela de cristal liquido que fica ao centro, pois ali você verá como ele alterna os motores e captura energia para a bateria.
Caso entre a primeira vez em um carro hibrido, ou elétrico e ninguém avise, ao acionar a ignição, vai pensar que ele não ligou. Isso porque não há barulho do motor de arranque.
Para sair da inercia funciona o propulsor elétrico, isso significa que não emite som e deve-se tomar cuidado com o pedestre, pois ele não irá perceber que o carro arrancou.
Ao guiar por ruas e avenidas mostra-se muito estável, suspensão ajustada, macia ao ultrapassar uma valeta, lombada, buracos e firme quando entra numa curva mais fechada.
Na rodovia, desenvolve velocidade de maneira rápida, tem boa retomada ao fazer uma ultrapassagem e sistema de freio eficiente. Só que nesta condição o propulsor que empurra é o a combustão.
Para mantê-lo só no elétrico tem que andar em velocidade média de 60 km/h. Ao acionar o controlador de velocidade, nesta velocidade ele funciona só com o motor elétrico, mas aciona o a gasolina quando a carga da bateria atinge nível baixo.
Quanto ao consumo, usando bem, de maneira prudente, ou seja, sem arranques bruscos, prestando atenção nos carros que estão na frente, controlando o espaço que tem para andar, alternando o uso na rodovia e cidade, o computador de bordo mostrou média de 19 km com um litro de gasolina.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) iniciou negociação com o Governo para incentivar a importação e produção destes carros.
E a Câmara Municipal de São Paulo aprovou uma lei que incentiva o uso de veículos elétricos, híbridos e movidos a hidrogênio, os chamados carros verdes. A lei reduz 50% no valor do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
O Imposto é dividido entre o estado e a cidade, assim a Prefeitura abre mão de sua parte na arrecadação até o limite de R$ 10.000, ou seja, eles recebem o beneficio se custarem até R$150.000.
Isso significa que em breve os híbridos terão maior participação no mercado nacional. A Toyota, por exemplo, estuda a possibilidade de produzir o Prius em São Bernardo do Campo (SP).
Denominação: 1.8L VVT-I 16V DOHC
Posição: Dianteiro, transversal
Cilindrada: 1.798 cm³
Número de cilindros: 4
Número de válvulas: 16
Taxa de compressão: 13,0:1
Comando válvulas: Comando de válvulas variável
Sistema de injeção: Injeção eletrônica (EFI)
Potência: 99 cv a 5.200 rpm
Torque: 14,5 kgfm a 4.000 rpm
Potência: 82 cv
Torque: 21,1 kgfm
Potência combinada (combustão + elétrico): 134 cv
Transmissão: Continuamente variável (CVT)
Tração: Dianteira
Direção: Eletroassistida progressiva (EPS)
Suspensão
Dianteira: McPherson com barra estabilizadora
Traseira: Eixo rígido com barra estabilizadora
Freios
Dianteiros: Discos ventilados
Traseiros: Discos sólidos e freios regenerativos que carregam a bateria ao reduzir a
velocidade
Comprimento: 4.480 mm
Distância entre-eixos: 2.700 mm
Largura: 1.745 mm
Altura: 1.510 mm
Capacidades
Tanque de combustível: 45 litros
Porta-malas: 445 litros
Custos de peças e serviços
Amortecedor dianteiro: R$770,00- Cada
Serviço: R$462,00- Dois lados
Amortecedor traseiro: R$ 599,00- Cada
Serviço: R$308,00 – Dois lados
Disco de freio dianteiro: R$253,40- Cada
*Serviço: R$176,00
Jogo de pastilhas dianteiras: R$408,51
*Serviço: R$176,00
Disco de freio traseiro: R$ 692,94
*Serviço: R$176,00
Jogo de pastilhas traseira: R$100,88
*Serviço: R$176,00
Óleo/ litro: R$34,10- SNCF 5W30
Filtro de óleo: R$ 34,76
**Serviço: R$110,00
Filtro de ar: R$96,03
Serviço: R$44,00
Módulo bomba de combustível: R$2.853,69
Serviço: R$198,00
Filtro anti-polén: R$315,07
Serviço: R$44,00
*Ao substituir discos e pastilhas juntos, o valor cobrado do serviço é de R$176,00
** Inclui custo da troca do óleo e filtro
1 Comment
[…] Brasil o Toyota Prius chegou em 2013 serviu como laboratório para ver como o consumidor local aceitaria o modelo e […]