Combustível adulterado estraga o catalisador, assim como utilizar óleo do motor fora da recomendação especificada pela fabricante do veículo.
O catalisador não é um filtro, ele provoca uma reação química nos gases gerados pela queima do combustível, como resultado transforma esses gases em menos poluentes.
Como qualquer outro componente de um veículo, com o tempo de uso o catalisador pode perder sua função, ou seja, deixa de funcionar.
Miguel Zoca, gerente de Aplicação de Produto da Umicore, empresa especialista em tecnologias para redução de emissões tóxicas fala sobre a durabilidade dos catalisadores.
“A perda de atividade é um processo normal e gradativo a partir do quilometro zero, por causa do tempo de uso. Porém, os catalisadores são projetados para atender a legislação especifica de durabilidade mínima, que no Brasil é de 80 mil km, até o PL6 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, e de 160 mil km, a partir do PL7”, que terá inicio em 2022.
Combustível adulterado estraga o catalisador. A peça com defeito provoca vários problemas em um veículo que vão desde a perda de potência, consumo elevado de combustível e ainda pode fazer o carro parar.
Desativação química: Ocorre por causa da contaminação excessiva de substâncias presentes no óleo lubrificante, como cálcio, magnésio, fósforo e zinco.
Isso acontece quando o óleo lubrificante é diferente ao especificado para o veículo no manual de manutenção.
O enxofre, presente na gasolina, também reduz momentaneamente a atividade do catalisador, porém, em temperaturas de uso mais altas (em alta velocidade) a peça se regenera.
Outro produto que compromete a eficiência do catalisador é utilizar combustível adulterado.
Desativação térmica: Acontece quando há falhas no sistema de suprimento e de ignição de combustível. O excesso de combustível não queimando na câmara de combustão é queimado dentro do catalisador.
Essa queima irregular provoca temperaturas excessivamente altas e desativa o catalisador permanentemente.
Isso acontece, geralmente, devido ao uso de combustível de má qualidade, que contêm solventes, no caso da gasolina, ou excesso de água, no caso do etanol, ou por problemas nas velas e cabos de ignição (vida útil excedida ou procedência de má qualidade).
Física/mecânica: Neste caso a desativação ocorre devido a um choque ou batida muito forte do automóvel e danifica o catalisador.
As falhas no catalisador podem ser identificadas por uma luz acesa no painel, em formato de motor na cor amarela.
Além disso, o motor perde potência quando ocorre uma forte desativação térmica, pois causa o derretimento do catalisador e o consequente bloqueio da passagem do gás de escape, o que faz o motor parar.
Um catalisador automotivo é montado com matérias nobres como platina, ródio e paládio, por isso têm custo elevado.
Vamos usar como exemplo, um automóvel que roda 10 mil km por ano adquirido em 2012, o qual irá completar 80 mil km rodados em 2020.
Caso o proprietário tenha que trocar a peça de um VW Gol deste ano ele vai desembolsar em média de R$ 560,00.
Ainda como exemplo um veículo de entrada, o custo médio de um catalisador para o Chevrolet Onix 2012 é de R$ 600,00.
O tipo de veículo mais procurado atualmente pelos consumidores que gastam acima de R$ 70.000 é o SUV.
O Ford EcoSport foi o primeiro desta categoria no país e a liderou por vários anos. Um catalisador para o EcoSport 2012 também tem custo médio de R$ 600,00.
Vale ressaltar que a norma PL6 diz que o catalisador deve durar pelo menos 80 mil km, mas este valor pode ser abreviado caso ocorra alguma das situações descritas acima.
Assim, para evitar problemas com o veículo, e ter gastos desnecessários, “o melhor é fazer todas as revisões do veículo, utilizar sempre o óleo lubrificante correto, conforme o manual do automóvel, e não abrir mão do combustível de qualidade”, aconselha Miguel Zoca, da Umicore.