Segundo dados divulgados no início do mês de agosto de 2022 pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção de autoveículos em julho de 2022 é a maior desde novembro de 2020.
No total, a produção de automóveis no Brasil em julho de 2022 totalizou 218.950 autoveículos produzidos, uma alta de 7,5% sobre junho e de 33,4% sobre julho de 2021, quando a crise global dos semicondutores interrompeu as atividades da indústria em geral. E no acumulado do ano, as 1,3 milhão de unidades produzidas pela indústria de automóveis deixou o resultado total no mesmo patamar dos t primeiros meses de 2021.
O resultado poderia ainda ser melhor, como explica o presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite. “Havia, e ainda há, muitos veículos incompletos nos pátios das montadoras, apenas à espera de determinados itens eletrônicos. Esses modelos só entram na estatística de produção quando são totalmente finalizados, o que vem ocorrendo com maior frequência, e isso explica essa melhora no fluxo de produção nos últimos três meses. Ainda temos restrições de insumos e logística, como mostram essas paradas de fábrica, mas estamos recebendo mais semicondutores do que no ano passado e do que no primeiro trimestre deste ano”.
Em julho de 2022, foram exportados 41,9 mil autoveículos, 11,4% a menos que em julho e 76,3% a mais que em julho de 2021. No total do ano, o volume de 288 mil unidades supera em 28,7% o resultado de igual período de 2021. A exportação se mantém num bom patamar, mas teve um pequeno recuo em julho, após três meses seguidos de crescimento. O resultado é creditado à crise financeira na Argentina, cujo governo vem limitando a saída de dólares do país. Embora o Brasil tenha aumentado sua presença em importantes mercados da América Latina, a Argentina ainda responde por 30% dos embarques de veículos nacionais.
A ANFAVEA também comemorou a inclusão dos automóveis de passageiros na nova etapa de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que passou a vigorar desde o início de agosto de 2022. Com isso, a redução do IPI para essa categoria de veículos subiu de 18,5% para 24,75% sobre as alíquotas praticadas antes da primeira redução, do dia 1º de março.
Ao contrário de picapes, furgões e vans, os automóveis e SUVs haviam ficado de fora da segunda redução, para 35%, praticada no dia 29 de abril, e que também contemplou vários outros setores industriais.
Da mesma forma que ocorreu na redução de março, os veículos que já estão na rede de concessionários, mas ainda não foram vendidos, poderão ser refaturados com a nova alíquota de IPI. “Foi uma decisão sensata do governo federal, em especial do Ministério da Economia, no sentido de ataque ao Custo Brasil e da busca de uma carga tributária mais compatível com a de outros países produtores de veículos”, declarou Márcio de Lima Leite.
Agora a expectativa é de que a produção de automóveis continue a crescer, já que aos poucos a entrega de componentes e insumos está se estabilizando.
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