Do virtual ao real: simuladores vem formando condutores

Os simuladores para carros, caminhões, ônibus e aviões são bem conhecidos. Eles permitem que motoristas e pilotos desenvolvam habilidades de condução em um ambiente totalmente seguro e controlado.

Com tecnologia que reproduz fielmente cenários reais, condições de tráfego, clima e até falhas mecânicas, esses equipamentos são ferramentas essenciais para treinamento profissional, desenvolvimento de reflexos e ajuste na tomada de decisão.

Outra vantagem é que os equipamentos reduzem riscos, custos com acidentes e desgaste de veículos, oferecendo uma experiência prática que combina realismo e aprendizado.

Simulador de navio é opção para comandantes

Recentemente, a empresa Wilson Sons inaugurou um Centro de Treinamento com simulador de manobras de rebocadores. Diferente do céu ou da terra, o equipamento é apropriado para treinar comandantes das embarcações.

O simulador torna o profissional apto a navios de grande porte, como os de 366 metros de comprimento, que operam em portos do litoral brasileiro.

Outro diferencial da tecnologia é a análise de cenários, ou seja, capacidade de simular diversos ambientes e de desenvolver desafios portuários.

Opinião de quem sabe navegar com ou sem simulador

“A tecnologia do novo simulador de manobras reforça nossa estratégia de inovação. É uma ferramenta que eleva a segurança e a eficiência das nossas operações, contribuindo para o crescimento do setor portuário brasileiro e para a competitividade da cadeia logística mundial”, afirma o diretor de Operações de Rebocadores da Wilson Sons, Rodrigo Bastos.

A Braspress, líder nacional do transporte de encomendas, por exemplo, inaugurou o segundo simulador de direção, em 2021, na ocasião, Urubatan Helou, Diretor Presidente, falou sobre a iniciativa pioneira, bem como sobre a importância do Motorista para a sociedade.

Braspress treina e forma motoristas nos simuladores

“A Braspress foi a primeira transportadora brasileira a utilizar simulador de direção e a implantar a telemetria. Com ações como essa, contribuímos para que a imagem do motorista pudesse ser efetivamente respeitada. Sem eles, não há remédio na farmácia, alimento no supermercado e nem roupas nos shoppings centers. Eles são de fato os principais profissionais de uma transportadora”, finalizou Urubatan Helou.

A unidade móvel funciona em uma carreta da Facchini que conta com dois ambientes equipados com ar condicionado, iluminação, simulador de direção e auditório.

Simuladores nas autoescolas

O uso de simuladores para autoescolas, que já foi obrigatório no Brasil para a categoria B, passou por mudanças regulatórias e hoje se divide em duas frentes: a preparação para a prova teórica e o treinamento prático.

O simulador prático é um equipamento físico que recria a experiência de dirigir, com volante, pedais, câmbio e monitores que mostram um cenário virtual.

Portanto, o objetivo é permitir que o aluno aprenda comandos básicos em um ambiente seguro, como o uso dos pedais, a embreagem e a troca de marchas, além de simular diversas condições de trânsito e clima.

O instrutor acompanha as aulas, cujo objetivo é desenvolver a coordenação motora do aluno antes da prática no veículo real.

Os simuladores foram banidos das autoescolas

Em meados da década de 2010, quando a obrigatoriedade estava em vigor, a estimativa era que os candidatos da categoria B fizessem cinco aulas de 30 minutos em simuladores que, à época, custavam em média R$ 40 mil para as autoescolas.

A revogação da obrigatoriedade do simulador prático pelo Contran em 2019 marcou uma mudança de rumo na formação de novos condutores.

Com a alteração, a autoescola agora tem a autonomia de decidir se oferece ou não o treinamento. No entanto, especialistas destacam que o simulador continua sendo uma ferramenta valiosa para alunos sem experiência prévia, pois permite que desenvolvam habilidades básicas de forma gradual.