Com o tempo o fluido do freio sofre ação da umidade o que compromete sua eficiência
O fluido de freio tem um papel fundamental para garantir a segurança do veículo. Logo, ele tem a função de transmitir a força aplicada pelo pedal de freio às rodas.
Outra questão está no fato deles servirem para lubrificar e proteger o sistema contra a corrosão dos componentes de frenagem.
Apesar da importância, uma dúvida comum é a diferença entre diversos tipos do produto disponíveis no mercado e como escolher o melhor fluido para cada automóvel.
Rafael Ungarato, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Indovinya, divisão de negócios da Indorama Ventures, explica os aspectos que devem ser observados.
O DOT (Department of Transportation), uma agência dos Estados Unidos que estabelece padrões de segurança, classifica os fluidos de freio conforme normas.
Entre os mais comuns destacam-se os DOT 3, DOT 4 e DOT 5.1, e cada um possui atributos específicos em relação ao desempenho e aplicação.
1. O fluido de freio DOT 3 é tipicamente à base de éteres de glicol e contém aditivos que previnem ferrugem e oxidação. Trata-se de um produto mais indicado para veículos que operam em condições leves ou padrão, com um ponto de ebulição seco de pelo menos 205 °C.
2. O fluido de freio DOT 4 é formulado à base de ésteres de boro. O fluido de freio apresenta um ponto de ebulição seco de 230 °C e é indicado para veículos de alto desempenho, que exigem maiores pontos de ebulição devido à alta intensidade de frenagem.
3. O fluido de freio DOT 5.1 tem a sua formulação com base em ésteres de boro, e é mais recomendado para condições extremas de alta velocidade, temperatura e tráfego pesado, uma vez que possui um ponto de ebulição seco acima de 260 °C e menor viscosidade.
Apesar dessas variáveis, o tipo de fluido para freio do veículo sempre é definido por seu respectivo fabricante, que leva em conta suas características mecânicas e aplicações.
“Nenhuma empresa automotiva recomenda misturar fluidos em um mesmo sistema de freio. O correto é sempre usar o tipo de DOT indicado pela montadora”, explica Ungarato.
Ele reforça que os motoristas devem realizar a troca seguindo as orientações dos fabricantes e, de modo geral, não ultrapassar 12 meses para evitar a contaminação com água.
Caso o condutor enfrente condições extremas, como climas muito quentes ou trajetos montanhosos, pode ser necessário um fluido com ponto de ebulição mais elevado.
“A seleção do fluido adequado envolve a consideração de fatores como desempenho térmico e absorção de umidade, garantindo segurança e eficiência”, orienta.