O motor Flexfuel que aceita etanol, gasolina, ou mistura dos dois em qualquer proporção foi desenvolvido pela engenharia brasileira. Apesar de ser mostrado em 1994, na época a Bosch desenvolveu o sistema de injeção eletrônica a partir do utilizado em um Chevrolet Omega a álcool, o carro com motor Flex só passou a ser comercializado em 2003, quando a Volkswagen adotou o sistema no Gol.
A espera de quase 10 anos ocorreu por causa dos impostos. Os carros movidos 100% a álcool pagavam menos impostos que os a gasolina. As fabricantes de veículos queriam que a carga tributário do Flex fosse a mesma do movido a álcool, o que o Governo não aceitou.
Deixando de lado a briga tributaria, o motor Flex virou realidade e mesmo após o lançamento do primeiro motor bicombustível, feito pela Volkswagen há dezessete anos, vários motoristas e proprietários de veículos ainda têm dúvidas sobre qual a melhor maneira de e opção de abastecimento ou qual combustível rende mais para uma viagem.
Com a variação do preço dos combustíveis, o brasileiro muitas vezes prefere optar pelo mais econômico e utiliza repetidas vezes aquele que é mais barato, geralmente o etanol.
No entanto, será que utilizar apenas um tipo de combustível por um longo período de tempo pode “viciar” o motor? De acordo com Silvio França, supervisor de P&D, da STP do Brasil, empresa especializada em aditivos para combustível e lubrificantes, isto é um mito.
Ele explica que, “o motor Flex possui um dispositivo chamado ‘sensor lambda’, também conhecido como sonda lambda, que é responsável por informar ao módulo de injeção de combustível se há uma mistura e se ela está adequada ou não. Após receber esta informação, o módulo da injeção faz as contas e corrige a quantidade de combustível a ser injetada para que ocorra uma queima completa. “Não é necessário esperar acabar um combustível para abastecer com o outro. O motor foi criado com o objetivo de permitir os dois combustíveis em qualquer proporção, complementa o supervisor.
Já em relação à durabilidade do motor Flex, Silvio destaca: “Os dois tipos de motores são equivalentes. Porém, o mais econômico ainda é o Flex, que permite ao motorista uma tomada de decisão sobre qual combustível oferece o melhor custo benefício no momento.
A maioria dos veículos Flex que circulam no país possuem o tanque de partida a frio, o famoso tanquinho. Este compartimento serve para auxiliar na partida do veículo, quando ele está abastecido 100% com etanol. Ele não precisa estar cheio, mas não pode ficar vazio.
A preferência é que o tanquinho seja abastecido por gasolina aditivada, mas na falta dela, a opção é utilizar o aditivo de combustível, no caso da STP o produto é o gas treatment STP (50ml) junto com a gasolina comum, já que ele faz a limpeza do sistema de combustível. É importante que o sistema de partida a frio seja revisado periodicamente e o combustível trocado.
Outro problema que pode gerar falhas é desgaste da injeção e ignição. Caso as velas estejam com a vida útil ultrapassada ou muito desgastada, o desempenho do automóvel.