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A COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima — UNFCCC) é considerado o principal encontro global sobre o clima. Ela visa avaliar e reforçar as ações dos países para conter o aquecimento global. Portanto, fabricantes e montadoras estão numa corrida para levar o que há de melhor à Belém. Há barco a hidrogênio, caminhão com biodiesel 100% renovável e veículos elétricos.
Mercedes e Be8 levam caminhão e ônibus a COP30
A Be8, por exemplo, empresa de energias renováveis, com sede em Passo Fundo (RS), resolveu apostar no ver para crer. Fez uma proposta de seguir até Belém com quatro veículos abastecidos, dois abastecidos com biodiesel 100% renovável e outros dois com B15. A ideia é fazer uma comparação final das emissões e consumo.
O Be8 BeVant foi lançado em 2023, trata-se de um biodiesel 100% renovável, um metil éster bidestilado. Além de não emitir poluentes, o produto oferece como principal vantagem a possibilidade de ser jogado diretamente no tanque de combustível ou misturado ao diesel, sem necessidade de adaptações.
Outro diferencial é que o Be8 BeVant reduz em mais 90% as emissões gases de efeito estufa no uso em veículos em comparação ao diesel S10 atual, no ciclo do tanque a roda.
Teste de ponta a ponta da cadeia
No último dia 20 de outubro, a Mercedes-Benz e a Be8, deram início à “Rota Sustentável COP 30”. O objetivo é, em caráter experimental, comparar os níveis de emissões de gases de efeito estufa dos motores Euro 6 que equipam o Actros Evolution 2553 6×2 e o ônibus O 500 RSD 6×2. Para tanto, dois vão estar com B15 e outros dois com biocombustível Be8 BeVant.
O ponto de partida aconteceu em Passo Fundo (RS) e segunda na parada, em São Bernardo do Campo (SP), o Auto Agora acompanhou. A próxima parada acontece em Brasília (DF) e, por fim, o destino será no Pará, em Santo Antônio do Tauá, passando por Belém (PA).
Durante o teste, os quatro veículos ficarão a cargo do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). A proposta metodológica seguirá padrões reconhecidos (Protocol GHG, ISO 14064) e irá utilizar dados certificados, como, por exemplo, o RenovaBio e o ISCC.
Caminhão e ônibus 100% limpo
O diretor de Energia e Transição e Relações Institucionais da Be8, Camilo Adas, explicou que a solução pode funciona em veículos novos e usados: “Basta colocar o produto no tanque e rodar”.
“Por enquanto, a entrega é no reservatório do frotista ou de modo fracionado. Porém, a companhia tem capacidade para entregar em todo o Brasil, mais de 100 mil litros, dia”, explica Adas, acrescentando que a B8 é a maior de biodiesel, com 13% do mercado.
“É diferente de você tirar os antigos dinossauros, toda aquela biomassa que está lá, no fundo da terra, na forma de petróleo, que era um carbono que estava escondido a milhares de metros. Agora, a gente está usando o CO2 da atmosfera para simplificar”, coloca.
O conceito é próximo do biometano, porém lembrando que caminhões com cilindros exigem outro ciclo de funcionamento do motor. No caso, do apresentado, ele conversa com ciclo diesel perfeitamente.
Transição energética do Brasil
“Hoje, todas as tecnologias são necessárias. E a riqueza do Brasil está nisso. A gente tem uma indústria capaz de fazer ônibus elétrico, caminhão elétrico, caminhão a gás, ou a biometano. No caso do nosso produto, você não precisa fazer nada além de usar”, finaliza.
O Be8 já está sendo usado em 32 aplicações diferentes. Algumas aplicações envolvem até seis motores. O valor estimado do combustível que não polui é 10% acima do diesel comum.
Vale ser amigo do meio ambiente?
Atualmente, o valor médio do litro do diesel no Brasil está em torno de R$ 6,06, segundo dados da Petrobras e da ANP (23). Com o acréscimo de 10%, o valor chegaria a R$ 6,67. Talvez para um autônomo o acelerador fique mais pesado, mas para uma empresa não. A General Motors, por exemplo, fez diferente, iniciou o envio da frota elétrica com a Tegma Gestão Logística por meio de caminhões híbridos movidos a diesel e gás natural veicular (GNV). No evento, os modelos vão atender às delegações.
