O Fox BlueMotion chega com um novo motor. Ele foi concebido na tendência de dowsing, ou seja, propulsor compacto e extremamente potente. Produzido em São Carlos, no interior de São Paulo, o EA211 foi feito para oferecer maior eficiência energética e menor consumo de combustível. Por isso, segundo a fabricante, optou-se pela configuração de três cilindros.
Para assegurar seu desempenho, foi realizado intenso trabalho na redução de atrito dos componentes do motor e na aplicação de recursos tecnológicos inéditos nessa faixa de cilindrada no mercado brasileiro. Com 999 cm³ de cilindrada e instalado em posição transversal no Fox BlueMotion utiliza gasolina, etanol ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção. Sua potência máxima é de 75 cv (G)/ 82 cv (E) a 6.500 rpm. O torque máximo é de, respectivamente, 9,7 kgfm G) e 10,4 kgfm (E), e ocorre a partir de 3.000 rpm. Já a partir de 2.000 rpm mais de 85% do torque máximo está disponível. Leia abaixo os detalhes da construção deste motor:
Bloco/ cabeçote
O bloco e cabeçote são feitos de alumínio, o que colabora para reduzir o peso do conjunto. Comparado a um motor de mesma cilindrada, mas com quatro cilindros, o novo EA211 é 24 kg mais leve.
3 cilindros
A construção com três cilindros significa não apenas menor número de componentes –biela, pistão e mancais –, como também menor perda de calor, o que aumenta sua eficiência térmica quando comparado a um motor de quatro cilindros. Os cilindros têm maior diâmetro (são 74,5 mm, com 76,4 mm de curso), o que permite melhor enchimento da câmara de combustão. Combinada a essa característica está a vela de ignição colocada em posição central, entre as válvulas de admissão e escape, o que garante melhor frente de chama, maior velocidade e eficiência na queima da mistura ar-combustível e consequente maior eficiência térmica.
Bielas
As bielas foram melhoradas e possuem desenho inovador. Cerca de 20% mais leves do que as convencionais, têm menor seção transversal e são guiadas no virabrequim.
Árvore de manivelas (virabrequim)
A árvore de manivelas (virabrequim) tem menor quantidade de contrapesos e o diâmetro de seus mancais principais foi reduzido. Assim, o peso total do componente foi reduzido, ele proporciona menores inércia e atrito e aumenta a eficiência do conjunto.
Com 4 válvulas por cilindro, duas para admissão e duas para escape, o cabeçote tem comando de admissão variável – a variação é contínua, o que reduz consumo de combustível e emissões e melhora sensivelmente a resposta do motor em baixos regimes de rotação.
A taxa de compressão é de 11,5:1. As válvulas são acionadas por balancins roletados (RSH, sigla para o termo alemão Rollenschlepphebel), recurso que minimiza o atrito entre os componentes e aprimora sua eficiência.
O cabeçote do EA211 1.0L possui coletor de escape integrado, formando uma peça única, com refrigeração líquida. Isso permite ao motor atingir sua temperatura ideal de funcionamento mais rapidamente e melhora sua eficiência térmica. O líquido de arrefecimento leva menos tempo para ser aquecido durante a fase fria do motor, porque recebe o calor dos gases de escape.
Por outro lado, em alto regime de utilização, ocorre um controle da temperatura dos gases de escape na entrada do conversor catalítico (catalisador), permite que se opere mais tempo com a mistura ar-combustível estequiométrica (ideal). O catalisador, instalado logo na saída do coletor de escape, atinge rapidamente sua temperatura adequada de operação. A chamada fase fria do motor dura menos e são reduzidas as emissões nesse estágio de funcionamento.
A construção da tampa do cabeçote integra os eixos de comando (admissão e escape) e os cames de acionamento das válvulas permanentemente sem a necessidade de solda. Esse design permite a redução do diâmetro dos mancais dos eixos e, consequentemente, de atrito.
Polias de acionamento dos eixos de comando de válvulas
As polias de acionamento dos eixos de comando de válvulas têm desenho trioval, o que permite estabilização da força na correia dentada e de sua flutuação angular. Esse recurso, além de minimizar atrito e vibração, aumenta a durabilidade do sistema.
O coletor de admissão é feito de material polimérico de alta resistência e baixa rugosidade, garantindo fluxo de ar com baixa restrição. Como em todos os modelos Volkswagen, o conjunto de corpo de borboleta e acelerador é eletrônico.
Utiliza sistema de ignição com uma bobina por cilindro, o que elimina os cabos de velas e as perdas elétricas, colaborando para maior eficácia na combustão.
Duplo circuito de arrefecimento
Outra solução adotada é o duplo circuito de arrefecimento, que permite temperaturas diferentes para o bloco e para o cabeçote – o sistema utiliza duas válvulas termostáticas. Com esse recurso, é possível utilizar maior temperatura de funcionamento para o bloco, tornando o óleo mais fluido e garantindo menor atrito entre os componentes. A temperatura de arrefecimento do cabeçote, por sua vez, é menor, o que minimiza a possibilidade de detonação, melhora o desempenho do veículo e diminui o consumo de combustível.
Partida a frio
O sistema de partida a frio dispensa a utilização do tanque auxiliar para gasolina. Utiliza galeria de injeção feita de material polimérico, que aprimora a eficiência do conjunto.
É gerenciado pela Unidade Eletrônica de Controle (ECU) do motor. O combustível é aquecido em câmaras ao lado das válvulas injetoras e opera com temperatura ambiente abaixo de 17,5°C. A partida do motor é assistida, o que significa que não é necessário manter a chave acionada para que ela se processe – basta um leve toque na chave para a ECU comandar todo o processo de partida. Como pré-requisito, a partida só é possível se o motorista acionar completamente o pedal de embreagem. O instrumento combinado alerta o motorista para efetuar esse procedimento.