
Madri tem ônibus autônomo gratuito
22/09/2025
Pé na Estrada faz imersão Caminhoneiro que Lucra
06/10/2025
Retrato da frota brasileira em 2025
O Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas no Brasil 2025, lançado pela [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado, inaugura uma etapa para o agronegócio ao apresentar o primeiro retrato abrangente da frota de máquinas em operação no país.
O estudo reúne dados inéditos sobre tratores, colheitadeiras e pulverizadores, mapeando hábitos de consumo, ciclos de renovação e demandas tecnológicas, e se posiciona como ferramenta estratégica para todo o ecossistema do setor.
Segundo Luis Vinha, sócio-diretor da [BIM]³, “o estudo contempla culturas-chave como milho, soja, trigo, cana-de-açúcar, café, algodão e arroz, consolidando-se como a pesquisa mais completa já desenvolvida para compreender o presente e projetar o futuro da mecanização do agronegócio nacional”.
A pesquisa ouviu mais de 700 produtores em todas as regiões do Brasil entre fevereiro e julho de 2025 — 80% das entrevistas presenciais e 20% remotas — com margem de erro de 3,4 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
A amostra foi estratificada por tamanho de propriedade, abrangendo desde áreas acima de mil hectares (64%) até propriedades médias (51 a 200 hectares, 18%) e menores (10 a 50 hectares, 17%).
Para compensar a predominância das grandes áreas, foi aplicada reponderação estatística, garantindo representatividade e rigor nas estimativas.
“As entregas foram estruturadas para reforçar o caráter estratégico do estudo e a expertise da [BIM]³ em transformar dados complexos em inteligência prática”, afirma Gregori Boschi, sócio-diretor da empresa. Os resultados estão disponíveis em relatório analítico, estudos setoriais e em um dashboard interativo que permite cruzar variáveis e explorar cenários sob medida para montadoras, fabricantes, distribuidores, locadoras, instituições financeiras, órgãos públicos e produtores.
Retrato da frota brasileira em 2025
O Panorama estima que o Brasil conte com 1,65 milhão de máquinas agrícolas em operação: 1,35 milhão de tratores, 217 mil colheitadeiras e 82,5 mil pulverizadores. A idade média da frota é de 15 anos — 18 nos tratores, 10 nas colheitadeiras e 8 nos pulverizadores.
Mais da metade já supera 15 anos de uso, evidenciando a permanência de tecnologias defasadas no campo e reforçando o desafio da renovação.
O levantamento mostra ainda que apenas 33,9% das propriedades têm acesso à internet, fator que limita a difusão de soluções digitais.
Perfil dos tomadores de decisão
A compra de máquinas continua concentrada nos proprietários e familiares diretos, responsáveis por mais de 70% das aquisições. Embora o perfil seja predominantemente masculino, algumas culturas já registram maior protagonismo feminino, como o café, onde 18% das decisões são lideradas por mulheres.
Do ponto de vista geracional, a Geração X responde por 39% das decisões, seguida pela Geração Y (24%), Geração Z (15%) e Baby Boomers (12%). Esse movimento indica a chegada de novas lideranças ao centro das escolhas estratégicas no campo.
Modelos de acesso e renovação
O alto custo de aquisição e manutenção tem impulsionado alternativas como a locação. Hoje, 38% das propriedades alugam colheitadeiras, 19% recorrem à locação de pulverizadores e 11% alugam tratores. Além disso, 55% dos entrevistados afirmaram planejar a compra de uma nova máquina nos próximos dois anos, mas a burocracia e o crédito limitado seguem como principais entraves.
“O crédito precisa acompanhar o novo ciclo de modernização do campo. Sem mecanismos mais ágeis, a demanda reprimida não se transforma em investimento”, reforça Boschi.
Tecnologia e tendências de combustível
O campo brasileiro já adota GPS, telemetria e agricultura de precisão, mas os produtores buscam máquinas ainda mais conectadas, inteligentes e confortáveis. Entre os recursos desejados estão cabines ergonômicas, câmbio automático, sistemas de compactação inteligente, pulverização de alta precisão, sensores para ajustes em tempo real e soluções autônomas.
No quesito combustíveis, o diesel permanece dominante (96% em tratores, 90% em pulverizadores e 86% em colheitadeiras), mas alternativas começam a ganhar espaço. O etanol já aparece em 19% das intenções para colheitadeiras e 13% para pulverizadores, enquanto o biometano desponta em 9% dos tratores e pulverizadores e em 11% das colheitadeiras.
Pós-venda e marcas mais presentes
A manutenção preventiva é majoritariamente realizada pelo próprio produtor (64,8%), reforçando a busca por autossuficiência. Na corretiva, as concessionárias e oficinas especializadas têm maior peso. Essa dinâmica influencia a percepção de marca: a John Deere lidera tanto em presença quanto em satisfação, seguida por Jacto, Case IH e New Holland.
Olhar para o futuro
O cruzamento dos dados revela um setor em transição: frota envelhecida, intenção clara de renovação, barreiras de crédito, expansão da locação, apetite por tecnologia e primeiros movimentos rumo a combustíveis alternativos. “A modernização das máquinas passará por sistemas mais inteligentes, integrados e autônomos, além de maior simplificação para o operador”, afirma Boschi.
Com base em sua metodologia de projeção, a [BIM]³ estima que até 2030 a frota agrícola brasileira alcance 1,8 milhão de unidades — 1,48 milhão de tratores, 231 mil colheitadeiras e 89 mil pulverizadores. “O Panorama 2025 diferencia-se por unir diagnóstico preciso e visão prospectiva, transformando dados em inteligência aplicada para embasar decisões de investimento, crédito e estratégia em toda a cadeia do agronegócio”, conclui Boschi.