Salão do Automóvel tem utilitários para todos os gostos

O Salão do Automóvel de São Paulo finalmente voltou ao calendário. A 31ª edição, que acontece até 30 de novembro no Distrito Anhembi, pode ser considerada a versão mais democrática da história. Afinal, abriu espaço para tudo e todos os gostos. Tem estande de carros modificados, de museus, de lojas como Mercado Livre, Copart e AutoZone, bem como de miniaturas. Há também de demonstração de produtos como a Soft 99, marca japonesa que oferece soluções para melhor visibilidade contra vidro embaçado.

Sem a presença de marcas tradicionais como Chevrolet, Volkswagen e Ford, e das alemãs BMW e Audi, o Salão 2025 tenta, aos poucos, retomar o ‘glamour’ conquistado na época da aceleração da indústria no Brasil, hoje dividida entre a importação chinesa e a produção parcial em território nacional.

Salão do Automóvel tem utilitários para todos os gostos

Para o transportador, as novidades ficaram por conta das picapes elétricas, a diesel e híbridas. A Kia, por exemplo, lançou a Tasman com motor 2.2 turbodiesel, 210 cv e 441 Nm. O câmbio é automático de 8 velocidades, a capacidade de carga é de uma tonelada e o volume da caçamba é de 1.173 litros.

Outra novidade da marca coreana é o PV5, furgão 100% elétrico que chega para competir no mercado de última milha. Usa bateria de 51,5 kWh que oferece cerca de 400 km de autonomia. 

RAM e Fiat mostram novidades com base no que já oferecem

O grupo Stellantis orquestrou praticamente mais da metade do Salão do Automóvel. Entre as marcas presentes estavam: Citroën, Fiat, Jeep, Leapmotor, Peugeot e RAM.

A Fiat, por exemplo, mostrou as picapes Strada, Toro e Titano, e o Dolce Camper, um furgão conceitual com linhas mais limpas e geométricas. O modelo chama a atenção por sua corajosa volumetria, com um suporte para bagageiro que começa antes do para-brisa e continua por todo o teto, até a traseira do veículo.

A Ram lançou a nova Dakota aos visitantes, a primeira picape média da marca desde a sua separação da Dodge em 2009. Ela é equipada com o motor 2.2 turbodiesel de 200 cv e 450 Nm. Com 8 marchas, a tração é 4X4 com reduzida. Por fim, para mostrar a grandeza, o estande se completa com a 3500 Limited Longhorn Mega Cab Dually que se destaca visualmente por uma cabine mais ampla e pelo rodado traseiro duplo, que permite ao modelo carregar 2,4 toneladas e rebocar quase 15 toneladas. Para tanto, a utilitária é equipada com o motor 6.7 turbodiesel de 436 cv e de 1.458 Nm.

CAOA Chery mostra a picape Himla

A picape média da marca chinesa, desenvolvida sobre a plataforma KP11, foi exibida para medir o potencial de aceitação de um modelo premium entre os consumidores brasileiros. O motor é um 2.3 turbodiesel com 160 cv. Capacidade de carga de uma tonelada.

Ainda entre as picapes chinesas, a BYD deixou a Shark bem ao alto do seu estande. A utilitária, que leva nome de tubarão, é híbrida plug-in com motor a combustão 1.5 turbo a gasolina. São 437 cv de combinada e um pouco mais de uma tonelada de capacidade.

Na parte externa do pavilhão, o modelo de caçamba que se sobressaía era a GWM Poer P30. A picape, lançada recentemente na inauguração da linha de produção da fábrica chinesa em Iracemápolis, SP, usa motor 2.4 turbodiesel de 184 cv e 48,9 kgfm. O câmbio é automático de 9 marchas e tração 4×4 com reduzida.

Mitsubishi Triton no corpo da Savana

A sexta geração da picape Mitsubishi Triton chegou ao mercado em novembro de 2024. No Salão, a versão Savana é o destaque, equipada com um potente motor biturbo de 205 cv e com capacidade de 1.100 kg. O modelo chega às concessionárias com preço de R$ 349.990.

Já a Renault Niagara é uma futura picape intermediária da marca francesa para o Brasil, prevista para chegar ao mercado em 2026, substituindo a Oroch. As versões terão motor 1.3 turbo flex e câmbio automatizado de dupla embreagem. As opções de tração começam em 4×2 e vão a 4×4.

Cadê a Hilux que estava aqui?

Ao contrário da Renault e Mitsubishi, a Toyota, líder entre picapes médias, gerou surpresa ao não dar destaque de palco à queridinha Hilux, que aparece apenas em menções ou no telão do estande, em um movimento que sugere o foco da marca em sua transição. A empresa vive um momento de transição e trabalha em três frentes simultâneas no segmento de picapes.

A Toyota confirmou, por exemplo, que prepara uma picape elétrica para 2026, mas até agora só mostrou a silhueta do modelo, sem protótipo funcional. Ao mesmo tempo, a marca avança na nova geração da Hilux, prevista para 2026, que deve inaugurar uma linha “multienergia” com versões híbridas, elétricas e a diesel.

Paralelamente a tudo, estuda também uma picape intermediária, conhecida como “picape do Corolla”, planejada para competir abaixo da Hilux. Esse projeto, porém, está mais distante, estimado apenas para 2027 e ainda sem veículo pronto para exibição.

Picape, terreno e projeto nacional consolidado

A saga do Salão do Automóvel se encerra com a Lecar Campo, uma picape híbrida flex anunciada pela montadora brasileira, que promete combinar motor elétrico com um propulsor a etanol (que funciona como gerador, no estilo “EREV”). A empresa divulga autonomia de até 1.000 km, potência de cerca de 165 cv, suspensão independente nas quatro rodas e capacidade de carga próxima de 650 kg.

Apesar do design ousado e das especificações ambiciosas, a Campo ainda não existe como veículo funcional. Ou seja, a pré-venda, por exemplo, foi anunciada por R$ 159 mil e o início da produção está previsto para 2026.

31º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo

De 22 a 30 de novembro de 2025

Distrito Anhembi – Rua Olavo Fontoura, 1209 – São Paulo/SP

Ingressos: www.salaodoautomovel.com.br