Tata Motors vai comprar Iveco
A Tata Motors, uma das maiores montadoras da Índia e um dos principais grupos automotivos do mundo, vai adquirir o Iveco Group e criar um player global em veículos comerciais.
Fundada em 1945, a empresa faz parte do conglomerado Tata Group, que atua em diversos setores da economia, como tecnologia, siderurgia, energia, hotelaria e química.
A proposta representa um valor total de aproximadamente 3,8 bilhões de euros, algo em torno de R$ 25 bilhões pelo Iveco Group, excluindo a divisão de defesa.
A empresa combinada projeta vender cerca de 540.000 veículos por ano, com uma receita anual de € 22 bilhões (R$ 141 bilhões) nos mercados europeus e americanos. A conclusão do negócio está marcada para o primeiro trimestre de 2026.
Vale dizer que em 2022, a Iveco deixou de fazer parte do grupo CNH Industrial e passou a operar como uma empresa independente, listada na bolsa de Milão.
Essa separação abriu caminho para novas parcerias e possíveis aquisições, como a recente proposta de compra feita pela Tata Motors, anunciada em 2025.
Apesar de não ter operação direta no mercado brasileiro atualmente, a Tata já demonstrou interesse no passado e, com a crescente eletrificação e novas parcerias.
Ou seja, há potencial de presença futura no país, especialmente no segmento de veículos comerciais e sustentáveis. Vale dizer que na Europa a Tata tem a Jaguar Land Rover como subsidiária da Tata Motors.
A Tata Motors também ficou famosa por criar o carro mais barato do mundo. O Nano foi um dos carros mais emblemáticos (e controversos) da história recente da indústria automobilística.
Primeira exibição do Tata Nano. Carro popular por US$ 2 mil
Lançado em 2008, ele foi criado para tornar o transporte motorizado acessível às massas na Índia.
Apesar da atenção internacional e da expectativa criada, o Tata Nano não alcançou o sucesso de vendas esperado. A produção foi encerrada em 2018, com vendas cada vez menores.
Em 10 anos, foram vendidas cerca de 300 mil unidades, bem abaixo da meta de milhões projetados.
As operações da Iveco não devem sofrer com a aquisição. Recentemente o Pé na Estrada fez uma matéria sobre os 50 anos de fundação da Iveco.
Na ocasião, recordamos que a empresa, resultado da união de cinco fabricantes europeus de veículos industriais, tem sete complexos de produção e oito centros de pesquisa e de desenvolvimento na Europa, Ásia, África, Oceania e América Latina.
A rede de concessionários conta com 3.500 pontos de venda e serviço localizados em mais de 160 países, consolidando-se como uma das principais marcas do setor.
No Brasil, a Iveco iniciou as vendas com a importação de veículos leves e pesados, em 1997. Em 2000, a marca inaugurou a fábrica em Sete Lagoas (MG), onde se iniciou a produção nacional de caminhões leves e pesados.
Entre 2015 e 2019, a Iveco reduziu drasticamente sua participação de mercado, operando com baixa produção e cortando investimentos, ou seja, sumiu com produtos do mercado.
O grande retorno foi em 2020, quando a Iveco reformulou a estratégia e lançou novos modelos (como a linha Tector renovada) e fortaleceu a rede de concessionárias.
A empresa também ampliou sua atuação em defesa, com a produção de veículos blindados como o Guarani, para o Exército Brasileiro.
Iveco celebra 50 anos de inovação