UNICA retoma campanha do pró-álcool. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia anunciou que 2024 foi registrando a maior produção de etanol no Brasil.
Produziu-se 36,83 bilhões de litros, um aumento de 4,4% em relação a 2023.
Outro destaque foi a melhoria na competitividade do etanol hidratado frente à gasolina C, com uma paridade de preços de 65,3% – a melhor desde 2010.
Além disso, o consumo de combustíveis pela frota leve brasileira (ciclo Otto) atingiu 59,3 bilhões de litros, sendo o etanol hidratado responsável por um aumento de 5,4 bilhões de litros.
O ano também trouxe importantes conquistas legislativas, incluindo a aprovação de marcos como o programa Combustível do Futuro, o MOVER, a reforma tributária e melhorias no RenovaBio.
“São passos fundamentais rumo à mobilidade sustentável e à economia de baixo carbono”, afirmou Evandro Gussi, presidente da UNICA.
A campanha #VaiDeEtanol, lançada com o mote “É bom para todo mundo e pro mundo todo também”, reforça a importância do biocombustível na redução das emissões de gases de efeito estufa e na economia dos consumidores.
Desde o lançamento da tecnologia flex no Brasil, mais de 710 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas, equivalente ao plantio de cinco bilhões de árvores preservadas por 20 anos.
Apesar dos benefícios ambientais e econômicos, desafios persistem na utilização do etanol. Problemas como corrosão metálica, formação de depósitos no sistema de alimentação e maior desgaste em componentes, como velas de ignição, são questões apontadas por especialistas.
O engenheiro e professor universitário, Fernando Landulfo, ressalta que a presença de íons e ácidos no etanol hidratado pode acelerar a corrosão em diversas partes do motor, exigindo avanços no uso de materiais mais resistentes para aumentar a durabilidade dos componentes. Ele publicou um artigo bem interessante e completo sobre o tema.
Diante das crescentes demandas por soluções ambientais, especialmente no combate às mudanças climáticas, o etanol desponta como uma tecnologia estratégica e acessível.
Além do uso puro ou misturado à gasolina, ele oferece uma alternativa sustentável para a mobilidade urbana e rural, fortalecendo a indústria nacional.