Revisão antes de viajar, examine a bateria e todo o sistema elétrico do veículo
Veja os dispositivos que mais exigem da bateria do seu carro. Afinal, todo mundo sabe o quanto ela é crucial para fazer o motor do veículo funcionar, após uma longa noite de sono.
Ou seja, imagine que no dia a dia, cada componente vai “roubando” uma fatia da capacidade da bateria. Porém, ao mesmo tempo, em que um ar ou um vidro abocanha, o alternador gira para recompor.
É uma história de polícia e ladrão, mas que acaba ficando um restinho para o dia seguinte com o mocinho (a).
Portanto, é importante saber o quanto cada item consome de energia, até para você entender o terreno que está pisando.
Ailto Sola, engenheiro de Aplicações da Clarios, empresa responsável pela Heliar, diz que: “O uso constante desses sistemas pode colocar o sistema elétrico sob pressão. E mais: um consumo de apenas 100 watts já representa um acréscimo de 0,1 litro de combustível a cada 100 km”, aponta.
Ou seja, para quem busca economia, deixar os itens de conforto de lado pode ser uma escolha. Já os sistemas de assistência e segurança são feitos para operar, mesmo com baixa carga.
No inverno, por exemplo, o aquecimento do para-brisa traseiro é essencial para boa visibilidade. O dispositivo consome cerca de 120 watts.
Já os limpadores, dependendo da velocidade, exigem entre 80 e 150 watts. As luzes do veículo são outro item indispensável, especialmente nas manhãs e noites mais escuras.
Felizmente, os faróis com tecnologia LED conseguem garantir visibilidade com um consumo bem mais baixo, apenas 50 watts.
O aquecedor do carro aproveita o calor do motor por meio de um permutador de calor, mas o sistema de ventilação interna, responsável por distribuir esse calor, exige cerca de 170 watts em potência média.
No frio, os aquecedores de banco são uma benção, mas consomem entre 100 e 200 watts.
O mais requisitado no verão também pode ser um vilão. Ele mesmo, o ar-condicionado, além de resfriar no verão, ele é o grande aliado contra o embaçamento no inverno.
Apesar de ser movido principalmente pelo motor, ele também impõe uma carga de até 500 watts à bateria.
Para quem aprecia ar fresco, o teto solar elétrico é quase indispensável. Abrir ou fechá-lo consome 200 watts.
Vidros elétricos e travas centrais operam com servomotores de 150 watts, mas por poucos segundos. Já o acendedor de cigarros, que hoje serve como tomada universal, consome apenas 50 watts, mesmo quando utilizado para carregar smartphones ou alimentar dispositivos externos.
Em dias quentes, com o carro parado no trânsito, o ventilador do radiador entra em ação para evitar o superaquecimento do motor. Com isso, ele e consome nada menos que 800 watts.
Nos modelos mais recentes, o controlador eletrônico do motor gerência diversas funções e garante mais eficiência e menor impacto ambiental, com consumo de até 200 watts.
“Lembrando que, com o motor em funcionamento, o alternador é responsável por alimentar toda a demanda elétrica do veículo e também por recarregar a bateria. Com o avanço e a aplicação de novas tecnologias que visam reduzir emissões e economizar combustível (como “stop-start”, alternador inteligente e gerenciamento de energia), em alguns momentos, mesmo com o motor em funcionamento, o alternador é “desligado” e a bateria supre toda a demanda elétrica, visando a redução de consumo e emissões. Por isso, é fundamental uma revisão periódica do sistema elétrico, e a aplicação da tecnologia adequada de bateria de acordo com a necessidade do veículo (EFB ou AGM)”, detalha Ailto Sola.
A bateria do carro deve ser avaliada por um profissional especializado/ Foto: Saulo Mazzoni
Este é um dos erros mais comuns, pois quando acionada, sem que o carro esteja em funcionamento, ocorre maior fuga de energia.
Alguns fabricantes até disponibilizam um aviso sonoro para alertar quando ocorre a abertura das portas com os faróis acesos.
Se ficar ligado uma noite inteira, é possível que o sistema de iluminação esgote a carga total da bateria.
3. Escutar o rádio com o carro desligado por mais de uma hora já é o suficiente para prejudicar a duração da bateria.
Por isso, curta um bom som, mas pensando na durabilidade do sistema elétrico como um todo. Se o equipamento tiver módulos, cornetas ou alto-falantes mais potentes, o tempo de consumo é maior.
Por menor que seja o problema do seu automóvel, você precisa fazer a manutenção.
Você sabia que pequenos defeitos como luzes do porta-luvas, de porta traseira ou do porta-malas podem descarregar a bateria? Pois é, então, faça uma avaliação para não ser surpreendido.
O sistema de segurança é válido para espantar furtos ou roubos. Mas em caso de eventuais disparos, ele esgota a carga da bateria em pouco tempo.
Se ligada a noite toda é possível que ela consuma mais da metade da carga da peça.
Assim como deixar as luzes internas ou os faróis, o sistema de áudio também consome a carga da bateria.
Todos os automóveis vêm com itens originais de fábrica. No entanto, algum dispositivo de mídia tem mais amperagem da bateria.
Outro erro que muitos motoristas cometem é não fazer a manutenção preventiva e corretiva do automóvel.
A manutenção preventiva é a forma mais econômica de manter o seu veículo em bom estado. Um carro com falhas no sistema eletrônico pode ter uma pane elétrica e ocasionar problemas no motor de arranque.
Vale reforçar que não é possível fazer com que o carro pegue no tranco, mesmo que ele esteja sem bateria, pois o sistema de injeção eletrônica depende da corrente.
O último erro que listamos é usar o farol de forma errada. Um bom exemplo de como não se deve utilizar o farol, é deixar para desligá-lo após desligar o veículo.
Além disso, é uma boa prática levantar os vidros antes de desligar o veículo. Se não fizer o procedimento desta forma, é possível que a bateria consuma mais energia na próxima partida.
Por fim, visualmente repare se os selos da bateria não estão descolando. Às vezes, sinais de oxidação ou de avarias nos selos indicam que a amperagem desprendida da bateria não esteja sendo utilizada corretamente.
Outro ponto é importante é que os carros com sistema start-stop utilizam baterias maiores, pois precisam efetuar mais partidas durante o mesmo período.
Logo, não é possível instalar uma bateria comum em modelos com o desligamento do motor automático no trânsito.