VW Kombi da Itaipu está em exposição na usina

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22/10/2024
Kombi de Itaipu

Kombi de Itaipu volta ao local de trabalho

A icônica Kombi vermelha, de placa original ACN 3696, ano 1992, considerada um verdadeiro xodó pelos bombeiros e funcionários da Itaipu Binacional (IB), voltou à usina após 13 anos de “aposentadoria”, para as comemorações do cinquentenário da Segurança Empresarial.

VW Kombi da Itaipu está em exposição na usina

A venda da Kombi, carinhosamente chamada de Valente, deixou saudades e gerou comoção, tornando seu retorno motivo de alegria, especialmente para os funcionários mais antigos.

Atualmente, Valente está exposta em frente à sede do Corpo de Bombeiros da usina. Além dela, dois Fuscas da época da construção da usina também estão em exposição, um em cada margem da Binacional – em Foz do Iguaçu, Brasil, e Hernandárias, Paraguai – como parte das comemorações.

Os Fuscas, apelidados de “marrom-glacê” em referência a uma novela da Rede Globo exibida entre 1979 e 1980, possuem as cores do uniforme dos agentes de segurança. Eles fazem parte de uma mostra itinerante, revezando-se para que mais pessoas possam conhecer esse pedaço da história e reviver o passado.

A Kombi será transferida para a entrada da barreira no lado brasileiro, e o Fusca brasileiro será exposto no Centro Executivo.

A Volkswagen Kombi era adaptada para transportar materiais de combate a incêndio, como extintores, mangueiras, líquido gerador de espuma, equipamentos de iluminação e um motogerador, entre outros itens.

O veículo atendia o Corpo de Bombeiros na cota 108 e era compartilhado pelas equipes das margens Esquerda e Direita, em um sistema integrado de trabalho.

Após ser aposentada, a Kombi foi adquirida por José Carlos Gabriel, entusiasta de carros antigos, em um leilão disputado em outubro de 2011, com 49.353 quilômetros rodados. Hoje, ela já marca cerca de 80 mil quilômetros. Nos primeiros anos da Usina, Kombis e Fuscas dominavam a frota de Itaipu.

Gabriel conta que se apaixonou pela Kombi assim que a viu no pátio do Almoxarifado de Itaipu durante uma visita aos lotes leiloados. Ele comentou: “Vim com o único objetivo de comprá-la e até ultrapassei meu limite inicial de R$ 12 mil. Mas acho que valeu a pena. Ela rodou, em média, apenas 6 a 7 quilômetros por dia, está praticamente nova!”

A velha Kombi continua surpreendendo, superando muitos carros novos. Gabriel já viajou com ela para diversos lugares, incluindo duas vezes para Curitiba, além de Caiobá, no litoral do Paraná, e várias cidades do sudoeste do estado. Também fez viagens para Santa Rita e Encarnación, no Paraguai, para participar de eventos de carros antigos.

Por onde passa, é comum encontrar antigos funcionários ou aposentados de Itaipu, que relembram o veículo com carinho. Embora tenha recebido uma nova placa, a Kombi ainda utiliza a original durante os eventos.

Para o coordenador do Corpo de Bombeiros, Marcio Rodrigo Marquetto Maurício, a palavra que define o retorno da Valente é saudosismo. “É um misto de emoções, né? Eu vejo a Kombi ali e sinto saudade, tenho gratidão ao equipamento que nos serviu, de uma forma diferente do que a gente estava acostumado nos Corpos de Bombeiros militares. Lá, a gente utilizava caminhões maiores; aqui a gente usava uma Kombi dentro da área industrial, para dirigir nas áreas internas da usina”, relata. 

“Sinto, ao mesmo tempo, orgulho. É um equipamento que, na época, era o que existia de tecnologia de ponta, e hoje ficou para nossa história. É uma tradição, parte da nossa história e da carreira de muitos dos bombeiros que trabalhavam com ela.”

Segundo o bombeiro Tiago Leal Mangrich, que guarda um banner com a imagem dele na Kombi como lembrança, o velho veículo cumpriu seu papel. Ele chegou a usar a Valente em seu trabalho. “Na época, nós a utilizávamos para deixar alguns materiais, mangueiras, juntas, uma chave de mangueira, para que pudéssemos transitar com ela por dentro da Casa de Força.”

Mangrich tem várias histórias com a Kombi. “Eu me recordo bem que em todos os simulados e todas as vezes que era necessário chegar até uma das unidades, se fosse distante, nós utilizávamos a Kombi. Semanalmente, ela vinha aqui para a base por meio do elevador monta carga e fazia uma recorrida, para que pudéssemos acionar o motor, gastar um pouco do combustível. Como a Itaipu faz muita prevenção, temos a bênção de não ter muitas ocorrências”, destaca. 

Ele acha muito importante que Itaipu tenha conseguido trazer a Kombi para as comemorações do cinquentenário. ?“Hoje nós temos equipamentos mais tecnológicos, mas, naqueles anos, essas viaturas nos serviram e muito bem. Tanto a Kombi, aqui nos bombeiros, quanto os Fuscas que foram posicionados lá nas entradas da barreira, em Foz e em Hernandárias, que serviram os agentes de segurança.”

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