Em julho de 2020 o Jeep CJ-2A comemorou 75 anos de seu lançamento nos Estados Unidos. A sigla CJ-2A é uma abreviação de civilian jeep – Jeep civil, o qual foi produzido até 1.949. Durante quatro anos saíram da linha de montagem cerca de 215.000 unidades do veículo.
Ele também foi o primeiro a exibir grade dianteira com sete fendas, que se tornou a marca registrada dos veículos Jeep até hoje. A família CJ seguiu até a década de 1980 e deixou seu legado, o qual é seguido até os dias de hoje no Wrangler e na Gladiator.
É aniversário de 75 anos do primeiro Jeep civil o CJ-2A. Ele tem muita semelhança com o Jeep pioneiro, o Willys MB. No entanto, certas características o distinguiam: a porta traseira que, por sua vez, jogou o estepe para a lateral, os faróis maiores e a grade com sete fendas, duas a menos que no MB. Ele também contava com tampa de combustível externa, além de outros itens não incluídos no antecessor militar. O câmbio T-90 substituiu a T-84 do MB, mas o motor “Go-Devil” foi mantido. Vários recursos do CJ-2A, como o motor, a caixa de transferência Spicer 18 e os eixos flutuantes (Dana 25 na frente e Dana 23-2 atrás) foram encontrados em diversos veículos Jeep nos anos seguintes.
Aniversário de 75 anos do primeiro Jeep civil o CJ-2A. Os anúncios da Willys da época divulgavam o modelo como um veículo de trabalho para agricultores e trabalhadores da construção. O CJ-2A podia ser equipado com assentos extras (de passageiro na frente e traseiros), tomadas de força para implementos agrícolas, guincho, removedor de neve e outras ferramentas. Outras opções ainda eram o espelho retrovisor central, capota de lona, guincho, elevador hidráulico traseiro, cortador de grama, limpadores de para-brisa duplos a vácuo, lanternas traseiras duplas, aquecedor, degraus laterais e protetor da escova do radiador.
O CJ-2A ainda também deu origem à família CJ, veículos off-road de carroceria compacta, construídos e vendidos por várias gerações sucessivas da Jeep por mais de 40 anos (de 1945 a 1986). Em 1949 chegou ao mercado o segundo membro da linhagem, o CJ-3A, que passou a ter para-brisas de peça única e eixo traseiro mais forte, porém, manteve o motor original, de quatro cilindros com cabeçote em L.
Ele foi atualizado em 1953, passou a ser denominado de CJ-3B. Um ano depois, começou a ser montado em São Bernardo do Campo (SP) pela Willys-Overland do Brasil. Tinha grade frontal e capô mais altos que o antecessor militar, a fim de acomodar o novo motor de quatro cilindros Hurricane. O CJ-3B permaneceu em produção até 1968 e um total de 155.494 unidades foram fabricadas nos Estados Unidos.
Em 1953, a Willys-Overland foi vendida para Henry J. Kaiser por US$ 60 milhões. A Kaiser Company iniciou um extenso programa de pesquisa e desenvolvimento que ampliaria a gama de produtos Jeep. Dois anos depois, a companhia introduziu o CJ-5, baseado no M-38A1 de 1951, usado na Guerra da Coreia. Em relação ao CJ-3B tinha distância entre eixos e comprimento total maiores.
Além disso, recebeu melhorias no motor, eixos, transmissões e conforto. Essas mudanças fizeram do CJ-5 um veículo ideal para o crescente interesse do público em veículos off-road. As linhas de estilo eram mais suaves, incluíram contornos arredondados da carroceria. Mais de 600 mil unidades foram feitas até o final da produção em 1983, um dos maiores sucessos da marca Jeep. No Brasil, o CJ-5 foi fabricado de 1957 a 1982. Houve também o CJ-6, com entre eixos alongado (2,56 m), introduzido em 1956 e produzido até 1975. Quase idêntico ao CJ-5, ele podia ter quatro portas e entre os brasileiros, ganhou o apelido de “Bernardão”, em referência à cidade paulista onde era fabricado.
Nos 16 anos de propriedade da Kaiser, foram estabelecidas fábricas em 30 países, sendo assim, os veículos Jeep foram comercializados em mais de 150 nações. Em 1965, o novo motor V6 Dauntless foi introduzido como opção tanto para o CJ-5 quanto para o CJ-6. Com 155 cv, quase dobrou a potência do motor padrão, de quatro cilindros. Foi a primeira vez que um Jeep CJ pôde ser equipado com um V6.
Em 1970, a Kaiser Jeep foi adquirida pela American Motors Corporation (AMC). Os veículos com tração 4×4 estavam mais populares do que nunca. Em 1978, a produção total de veículos Jeep chegaria a 600 veículos por dia – mais de três vezes a produção no início da década. A partir de 1973, todos os CJs tinham motor V8 da AMC, de 5 litros ou 5,9 litros. O CJ-5 e o CJ-6 receberam ainda eixos mais robustos, freios maiores e bitola mais larga.
A primeira grande mudança no desenho da Jeep em 20 anos veio em 1976, com o CJ-7. A distância entre eixos era 25 cm maior que o CJ-5 a fim de permitir espaço para um câmbio automático. Pela primeira vez, o CJ-7 ofereceu teto de plástico moldado e portas de aço como opcionais. O CJ-7 com entre-eixos de 2,37 m e o CJ-5 com 2,12 m foram produzidos até 1983, quando a demanda pelo modelo maior deixou a AMC sem escolha a não ser encerrar a produção do CJ-5, após 30 anos.
O Scrambler, introduzido em 1981, era semelhante ao CJ-7, mas com maior distância entre- eixos. Conhecido internacionalmente como CJ-8, estava disponível nas versões com teto removível ou com capota. Menos de 30 mil Scramblers foram fabricados até 1985, tornando-os extremamente populares entre colecionadores. O Jeep CJ-7 foi substituído em 1986 pelo Jeep Wrangler, que trouxe mais tecnologia e preservou o estilo tradicional, para seguir na mesma trilha. O modelo seguiu a evolução do mercado até hoje, pois está na quarta geração. Nos dias de hoje, a nova picape Gladiator é considerada uma herdeira do CJ-8. No total, foram produzidos mais de 1,5 milhão de veículos CJ, os quais mantiveram não apenas o estilo básico de carroceria por 40 anos desde que apareceu pela primeira vez, como também a capacidade off-road.
Por: Redação-AutoAgora.com.br/Fotos: Divulgação