Os fãs das cor ridas de automóvel irão saciar a vontade de assistir uma prova da mais importante categoria do automobilismo nacional no próximo domingo (26/07).
Isso porque, no autódromo de Goiânia (GO), acontecerá a abertura da competição em rodada dupla. Uma das novidades da categoria este ano é a chegada da Toyota GAZOO Racing, a divisão de competições da fabricante japonesa de automóveis.
Nesta matéria especial, o piloto Bruno Baptista, o mais jovem a vencer uma corrida ano passado, explica as as diferenças entre o Toyota Corolla de rua e o Corolla da Stock Car.
O novo Toyota Corolla será utilizado por 8 dos 24 pilotos que irão alinhar no grid. Assim, o sedã médio de origem japonesa enfrentará nas pistas o rival do mercado de automóvel, o Chevrolet Cruze.
Em termos de desempenho, nos modelos produzidos em série, o novo Toyota Corolla perde um pouco para o Chevrolet Cruze, quando comparados nas versões com motores Flex (gasolina/etanol).
Com motor 2.0L aspirado, de quatro cilindros, 177 cv de potência e 21,4 kgfm de torque, ele acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e não tem velocidade máxima divulgada pela fábrica. Já o Chevrolet Cruze, com o motor 1.4L turbo, de quatro cilindros, 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque, tem aceleração de 0 a 100 km/h em 9 segundos e 214 km/h de velocidade máxima declarada pelo fabricante.
Na pista tanto o novo Stock com plataforma do Toyota Corolla e o com a carroceria do Chevrolet Cruze utilizarão exatamente o mesmo motor V-8 6.8L movido a etanol, capaz de render 460 cv de potência e torque de 61,2 kgfm em utilização normal e até 550 cv e torque de 71,4 kgfm com o “push to pass” (botão de ultrapassagem acionado).
Assim, o desempenho de cada modelo, seja ele Corolla ou Cruze, dependerá muito mais do desenvolvimento das equipes e das atuações dos pilotos durante toda a temporada.
Mesmo porque o Cruze utilizado no ano passado tinha uma carroceria de fibra de vidro (tipo bolha), separável em três partes, ao contrário do que ocorre agora com os dois novos modelos que são monoblocos e compostos por chapas de aço originais fornecidas pela Chevrolet e Toyota.
Entre as disputas de equipe, o Cruze larga com certa vantagem, pois é o modelo que será utilizado pelo time campeão das três últimas temporadas, o Eurofarma RC, com o tricampeão Daniel Serra. E conta ainda com a participação também do bicampeão Ricardo Maurício, que foi o vencedor da última corrida do milhão.
Já o Corolla tem como um dos seus maiores trunfos o fato de ser o único que terá ex-pilotos de Fórmula 1 em seu comando, como Rubens Barrichello e Nélson Piquet Filho, defendendo a equipe Full Time Sports, e Ricardo Zonta, na segunda equipe da RC, que terá ainda como piloto a revelação da temporada passada, Bruno Baptista, atualmente com 23 anos e vencedor de uma das provas no autódromo Velo Città, no interior de São Paulo.
Em Curitiba, Bruno pilotou pela primeira vez o novo Toyota Carolla com monobloco. Ele adianta que “o chassi do carro atual foi encurtado em 6 cm para encaixar a carroceria, o que reduziu a distância entre eixos de 2,80 m do Stock antigo para 2,74 m do meu Toyota”.
As diferenças entre o Toyota Corolla de rua e o Corolla da Stock Car. Isso ainda é mais do que os 2,70 metros encontrados no sedã de rua, mas foi o suficiente para proporcionar mudanças no comprimento (-15 cm) e na altura (+1,5 cm) em relação aos Stock de 2019.
Como a largura do modelo de competição é bem maior que a de um carro de rua, extensores de fibra de vidro foram aplicados nas portas e nos para-lamas do carro.
“O novo aerofólio traseiro ficou 10 cm mais estreito e, a partir deste campeonato, os carros terão de respeitar uma altura mínima do solo de 6 cm. Antes a medida era livre. Isso porque o assoalho também mudou. Saíram as chapas de fibra de carbono com elementos e extratores aerodinâmicos, entraram as de metal e madeira, totalmente planas”, revela o piloto da equipe Toyota RCM Racing, com os apoios das empresas Webmotors, HERO, Pro Automotive, Loctite e NGK do Brasil.
Também diferente do modelo de rua, o Toyota Corolla de competição utiliza o câmbio de dupla embreagem, 6 marchas sequenciais e automatizadas, com trocas feitas manualmente por meio de borboletas atrás do volante. No carro de rua o câmbio é do tipo CVT.
O Toyota Corolla agradou o jovem piloto nos três treinos de 40 minutos que fez ao longo do dia na pista paranaense, em fins de junho. “Gostei do novo carro, mas como ficou propositadamente com menor carga aerodinâmica (downforce), em relação ao da temporada passada, a sua pilotagem ficou mais arisca. Ou seja, certamente vai dar mais trabalho para os pilotos e a própria equipe para se encontrar a melhor aerodinâmica possível entre as retas e curvas de qualquer circuito”, já adianta Bruno.
Quanto ao interior, o Stock Toyota Corolla tem banco tipo concha do piloto e volante com aros laterais, ao estilo F1, com pequenos mostradores digitais que exibem números como marcha engatada, tempo de volta e quantidade de botões de ultrapassagem disponíveis. Destaque ainda para os painéis de fibra de carbono e policarbonato no lugar do vidro nas janelas laterais e traseira do carro normal.
O inicio do Campeonato Brasileiro de Stock Car está marcado para domingo (26/07), às 11h30, no Autódromo Internacional de Goiânia, sem público. A corrida será transmitida ao vivo pelo SporTV, a partir das 11h15,e a segunda largada está prevista para às 12h23.
Por: AutoAgora.com.br/Fotos: Divulgação