Nas instalações, a General Motors desenvolve os modelos Chevrolet para o Brasil e outros países, é a segunda maior instalação de testes da empresa no mundo
Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação
Em 1.974 o Brasil vivia o regime politico militar e o General Ernesto Geisel assumiu a Presidência da República. Ao final do ano ele declarou, “o ano de 1974 foi atravessado com algumas dificuldades, na maioria criadas pelos que não percebiam estarmos diante de um panorama internacional desfavorável, de mercados fechados, com inelutáveis repercussões internas”. Por esta declaração, imagina-se que a Nação enfrentava uma situação econômica delicada.
A indústria de automóveis atingia a marca de 691.310 veículos leves produzidos (em 2013 a Chevrolet vendeu no país 649.792 veículos), ou seja, bem distante dos mais de 3 milhões alcançados nos últimos anos. Mesmo com o cenário desfavorável, a General Motors que iniciou as atividades brasileiras em 1.925 acreditava no potencial e reconhecia a importância de desenvolver produtos para as necessidades locais.
Assim, dia 15 de julho de 1.974, iniciou as atividades do Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA). A propriedade de 2.785 hectares, localizada na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo, foi adquirida pela Companhia em 1.972. Lá funcionava uma fazenda que produzia café, milho, laranja, algodão, feijão e criação de gado.
No inicio só uma pista para durabilidade acelerada. Com o passar dos anos, os veículos evoluíram e o CPCA também. Nos dias de hoje o complexo tem 14,010 km de laboratórios, 2.377 km de escritórios, 4,016 km de oficinas, espaço de 7,117 km para serviços e 16 pistas que totalizam 42,2 km.
São mais de 600 profissionais, entre mecânicos, engenheiros e motoristas de teste, os quais trabalham dia e noite revezando-se nas atividades de pista e laboratórios. “Em seis meses conseguimos simular o desgaste que um automóvel sofreria se rodasse por dez anos em condições normais de trânsito”, explica Luciano A. Santos, diretor do CPCA.
Entre as várias pistas há uma circular. Com 4,3 km de extensão e uma inclinação que chega a 56º, ela simula uma reta infinita. A 160 km/h, o carro contorna sem que o motorista precise girar o volante. Entre os testes feitos, estão os de arrefecimento do motor, consumo de combustível e velocidade máxima.
Nos laboratórios são testados e desenvolvidos os mais de 4.000 itens que compõe um veículo e ainda estrutura para testes de impactos o crash test.
O Campo de Provas da Cruz Alta é o maior do gênero no hemisfério Sul e o segundo mais completo dentro da GM no mundo, atrás apenas do campo de provas de Milford, em Michigan, nos Estados Unidos.
Recentemente, além dos modelos comercializados no Brasil, o centro desenvolveu as versões tailandesa e australiana do Trailblazer e da S10, os veículos Spin e Cobalt que são produzidos na Indonésia e no Uzbequistão para o mercado russo.