Cinto de segurança
Um levantamento realizado pela Eixo SP Concessionária de Rodovias revelou um cenário preocupante nas estradas paulistas: o cinto de segurança ainda é negligenciado por muitos motoristas e passageiros, principalmente no banco traseiro.
Dados coletados em 2024 e durante o feriado prolongado de Carnaval de 2025 apontam que, em média, 12% dos ocupantes dos bancos dianteiros e 34% dos passageiros dos bancos traseiros circulam sem utilizar o equipamento de segurança.
Apesar da obrigatoriedade e da ampla divulgação sobre a importância do cinto, o hábito de usá-lo ainda não é uma prática universal.
“Muitas pessoas acreditam que, em trajetos curtos ou no banco de trás, o cinto não é necessário, mas isso é um engano perigoso. Em uma colisão, a falta do equipamento pode ser fatal até mesmo em baixas velocidades”, alerta Viviane Riveli de Carvalho, coordenadora de Segurança Viária da Eixo SP.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso correto do cinto reduz em até 50% o risco de morte em colisões. A negligência no banco traseiro é ainda mais grave: segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), passageiros sem cinto podem aumentar em até cinco vezes o risco de morte para os ocupantes da frente, pois são arremessados durante impactos.
O estudo observou mais de 23 mil veículos em três momentos: uma semana em maio, uma semana em outubro de 2024 e o Carnaval de 2025. Equipes da concessionária acompanharam o uso do cinto nas praças de pedágio ao longo do trecho concedido.
A falta do equipamento no banco traseiro chegou a níveis alarmantes em alguns pontos. Na praça de pedágio de Oriente, 60% dos passageiros dos bancos traseiros foram flagrados sem cinto, média obtida nos três períodos de análise.
Altos índices também foram registrados em Piracicaba (51%), Torrinha (51%), Paraguaçu Paulista (50%) e Cabrália Paulista (41%). Já no banco dianteiro, a ausência do cinto foi mais comum em Cabrália Paulista (20%) e Torrinha (20%).
O uso do cinto de segurança é obrigatório para todos os ocupantes do veículo, tanto em vias urbanas quanto nas rodovias. A infração é considerada grave, com multa de R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor.
Para Viviane Riveli, é essencial que motoristas sejam rigorosos ao verificar se todos os passageiros estão com o cinto afivelado antes de iniciar a viagem.
“O condutor do veículo não deve seguir viagem enquanto todos não estiverem devidamente protegidos. Não é apenas uma questão de multa, mas de preservar vidas”, reforça.
A coordenadora de Segurança Viária destaca ainda que os resultados do levantamento reforçam a necessidade de intensificar campanhas de conscientização.
“Este simples ato pode ser a diferença entre a vida e a morte em um acidente. Portanto, é essencial que todos adotem essa prática como parte indispensável da rotina ao entrar em um veículo”, conclui Viviane.