Detran afasta despachantes por suspeita de fraudes em transferências
Uma estratégia de segurança digital do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo afastou 142 despachantes suspeitos.
A ação conseguiu impedir a concretização de 158 tentativas de fraude em apenas dois meses. Entre os profissionais sob suspeita, 43 já tiveram revogado o acesso ao e-CRVsp, sistema do Detran-SP para despachantes documentalistas.
Agora, todos responderão a processo administrativo, com possibilidade de revogação do acesso aos sistemas. A nova estratégia de segurança consiste em uma resposta rápida à menor suspeita de fraude, detectada por meio da análise preditiva.
Uma vez percebida conduta diferente do padrão, o sistema fornece indicadores para a equipe do Detran-SP bloquear a operação.
Nesse momento, notificam as pessoas envolvidas sobre a interrupção. Em seguida, o Detran-SP averígua o caso. Se o órgão considera a operação legítima, remove a restrição. Se confirma a fraude, investiga e penaliza o responsável.
A iniciativa reforça com a Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD) o que vem investindo em governança regulatória e no uso estratégico da tecnologia para criar um ambiente de controle.
Embora existam casos sob apuração, o número de suspeitas é reduzido diante do total de profissionais credenciados, hoje são 6.490 despachantes.
Presidente do Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas do Estado de São Paulo (CRDD/SP), Wagner Sanchez defende o reforço na fiscalização.
“São Paulo é o estado brasileiro com maior frota de veículos e despachantes, o que requer atenção redobrada na fiscalização e na regulamentação da conduta ética dos nossos credenciados. Ficamos satisfeitos em saber que o monitoramento do Detran-SP detectou apenas 2% de tentativas de fraude na categoria profissional que representamos – isso indica que 98% agem dentro das normas.”
Para evitar a migração da fraude para outros estados, o Detran-SP também tem ampliado o intercâmbio de informações com os demais órgãos executivos de trânsito, buscando promover uma atuação coordenada nacionalmente.