O compacto da Nissan é o primeiro modelo produzido na fábrica da montadora instalada no Rio de Janeiro. Ele passou por modificações estéticas e de conteúdo
Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação
Dia 15 de maio, a Nissan mostrou para a imprensa especializada, em sua recém-inaugurada fábrica, na cidade de Resende (RJ), o New March. O compacto antes importado do México passa a ser produzido no Brasil.
O carro recebeu novo visual, a dianteira tem uma grande entrada de ar inferior e grade cromada em forma de V, o para-choque dianteiro é robusto. Na lateral, uma linha de cintura baixa, os para-lamas ressaltam as caixas de rodas. As maçanetas e retrovisores, de acordo com a versão, podem ser pretos, da cor da carroceria ou cromados.
Entre as soluções aerodinâmicas, no teto foram colocados dois vincos em forma de V, que lembram bumerangues. E o desenho da carroceria na extremidade traseira do teto é levemente elevado. As modificações internas incluíram novos materiais, painel e volante.
A suspensão dianteira é independente, tipo McPherson, e a traseira tem eixo de torção, os sistemas foram recalibrados, receberam amortecedores com curso maior (8 mm no da frente e 9 mm na traseira).
O Nissan New March foi avaliado por Best Cars em trecho urbano e de rodovia. Ao entrar no compacto, a impressão é de estar em um veículo maior, pois ele é confortável.
Em relação ao modelo que era importado do México, o volante mudou, ficou semelhante ao do Novo Sentra, inclusive incorporou comandos do sistema de som. Ele tem bom tamanho e empunhadura.
O painel de instrumentos permaneceu igual ao anterior, os mostradores de velocidade e giro do motor são grandes, fácil de visualizar, inclusive os mostradores digitais do odometro e computador de bordo. A diferença ficou por conta do acabamento, agora em Black Piano.
O banco do motorista possui regulagem de altura, o que facilita para encontrar uma boa posição. Já o encosto tem sistema de alavanca para regular. O de catraca é muito mais preciso e confortável de usar, porém, parece que as fabricantes de veículos aposentaram a velha ‘rodinha’ de regulagem, passaram a optar por outros tipos de soluções, as quais não são tão eficazes.
A primeira versão avaliada foi a com motor 1.0L. Este propulsor é compartilhado com a Renault, o mesmo que equipa o Clio, porém, a Nissan colocou seu ‘pitaco’ no projeto frances. Eles mudaram o sistema de arrefecimento, o qual deixou de ter o reservatório de expansão. Para completar o fluido é preciso tirar a tampa do radiador.
Ao acionar a ignição, o barulho do propulsor chama a atenção, ele é um pouco diferente de outros da mesma cilindrada, seria por causa da mudança no sistema de refrigeração, ou por algum ajuste feito no sistema de exaustão?
Ao engatar a primeira marcha, e continuar subindo, foi possível perceber que os engates são precisos. O propulsor 1.0L tem bom arranque, para um veículo deste porte. Ele desenvolve velocidade de maneira fácil. A faixa de torque ficou bem ajustada, tanto que, na rodovia Presidente Dutra, em velocidade de 60 km/h ele mantem-se em 2.500 rpm, em 110 km/h, o giro do motor fica estabilizado em 3.500 rpm. É bem elástico, da pra usar a quinta marcha aos 60 km/h.
Os engenheiros da Nissan, retrabalharam as suspensões dianteira e traseira, para colocar as rodas de 14 polegadas. Isso não comprometeu o a estabilidade do compacto que está muito bom ao enfrentar curvas. Porém nas lombadas, é preciso ter cuidado. Não porque ele arrasta a frente, mas sim porque ao ultrapassar um obstáculo deste tipo, se não for bem devagar, ele dá um salto. E sempre é bom lembrar que ao passar por uma lombada, o correto é enfrentá-la de frente, não passar de lado, pois este tipo de condução compromete a torção da carroceria e com o tempo causa trincas.
Já as condições de dirigibilidade do modelo equipado com propulsor 1.6L são semelhantes, porém ele reage de maneira mais rápida. Ambos são equipados com sistema de direção elétrica progressiva. Isso é ponto positivo ao realizar manobras em estacionamentos, e também ao fazer uma ultrapassagem, pois o sistema está bem acertado e não rouba potência.
A caixa de câmbio do mais forte tem boa sincronização, isto faz com que o modelo tenha um excelente arranque. Fica melhor ainda nos retões da Via Dutra. O motorista precisa ficar atento, já que ele desenvolve velocidade de maneira rápida. É muito fácil de ultrapassar o limite de 110 km/h que é permitido. Outra diferença notada entre o modelo equipado com motor 1.0L e 1.6L é o nível de ruído dentro da cabine. O mais forte é um pouco mais barulhento.
A versão de entrada do New March é a 1.0 Conforto, que tem preço sugerido de R$ 32.990.
O motor é da Renault, 1.0L 16V com 74 cv a 5.850 rpm de potência e torque de 10 kgfm a 4.350 rpm, abastecido com etanol ou gasolina. Entre os itens de série traz, ar condicionado, direção elétrica progressiva, computador de bordo, conta-giros e velocímetro com acabamento em prata, rodas de aço aro 14 com pneus 165/70 R14, entre outros.
A opção 1.0 S custa R$ 34.490, tem a mais, chave com telecomando para abertura e fechamento das portas e do porta-malas, retrovisores com regulagem elétrica, travas elétricas das portas e do porta-malas, vidros dianteiros e traseiros elétricos. O 1.0 SV custa R$ 36.990, ele tem aerofólio com brake light e lâmpada de LED, rádio CD Player de função RDS, entrada auxiliar para MP3 Player/IPod, conector USB, quatro alto-falantes, conexão Bluetooth de telefone com sincronização de agenda, farol de neblina dianteiro com acabamento cromado, rodas de liga leve aro 15 e pneus 185/60 R15, entre outros.
O mais forte é o 1.6 S, que custa R$ 37.490, ele usa motor HR 1.6L 16V, também feito em Resende, com 111 cv de potência e torque de 15,1 kgfm. O 1.6 SV custa R$ 39.990 e o 1.6 SL sai por R$ 42.990, ele tem, ar-condicionado digital automático, alarme com acionamento na chave, acesso às redes sociais NissanConnect integrado ao navegador, câmera traseira com imagem integrada ao display do rádio, entre outros.
A expectativa da Nissan é de ser a fabricante japonesa que mais vende carros no Brasil.