Solução dos anos 30 ajuda a reduzir cilindrada e emissões de poluentes, mas também aumenta a potência do carro alemão
Texto: Edison Ragassi
Fotos: Divulgação
Nos dias de hoje, a industria automobilística mundial esta voltada para soluções de preservação ao meio ambiente, que não comprometam a performance e segurança dos veículos. Assim, para desenvolver um motor potente, econômico e com baixos níveis de emissões, ou seja, ecologicamente correto, os engenheiros da Audi resgataram a tecnologia usada nos carros de corrida da Auto Union Grand Prix nos anos 30, e incorporaram a tecnologia da sobrealimentação ao novo V6 da marca. Este propulsor 3.0 V6 TFSI, equipa a terceira geração do A6, substituindo o 3.2 FSI, o qual chega agora ao mercado nacional.
Segundo a Audi, o “T” da sigla TFSI não significa apenas “Turbo”, mas também sobrealimentação do motor. O V6 é equipado com módulo de compressão de ar de admissão (blower), de sistema Roots: são dois rotores acionados por correia (tocada pelo virabrequim) que “sopram” ar dentro do motor, e isso aumenta a pressão interna. Estes podem produzir 1,0 kg de ar por hora e forçá-lo na câmara de combustão com pressão de até 0,8 bar. Já a injeção direta de combustível é feita a uma pressão de até 150 bar nas câmaras de combustão. Esta ação rápida dos injetores permite até três injeções por ciclo operacional. Como os rotores funcionam constantemente, para aliviar a pressão, os engenheiros da fabricante desenvolveram um sistema de borboletas que abrem para desviar o ar. Dois intercoolers com sistema ar/água, conectados a um circuito separado de arrefecimento por água, resfriam o ar comprimido e aquecido para aumentar o teor de oxigênio necessário para a combustão. Um pacote completo suprime o ruído produzido pelo equipamento, deixando-o em um nível mínimo. Este motor, ainda usa acelerador eletrônico (drive-by-wire), sensores lambda seletivos e sensores de detonação individuais por cilindro.
Assim, o 3.0 V6 oferece 290 cv de potência, disponíveis entre 4.500 e 6.800 rpm, com torque de 42,9 kgfm, onde esta força total aparece entre 2.500 a 4.850 rpm.
O novo A6 sedã é equipado com transmissão Tiptronic de seis velocidades, e programa dinâmico de trocas de marcha, função Sport, a qual também permite trocas manuais nas borboletas colocadas ao lado do volante. A Audi divulga que o A6 acelera de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos, com um consumo de 9,6 litro/ km (uso misto).
A velocidade máxima do novo modelo é de 250 km/h (limitada eletronicamente). Em termos de emissões, o novo propulsor lança ao ar 219 gramas/km de gás carbônico, enquanto o modelo anterior emitia 254 gramas/km. O conjunto de suspensão segue as necessidades de um modelo esportivo e de alta performance. As versões Sport e Sport Plus utilizam sistema independente, com multibraços articulados, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos duplos e barra estabilizadora na dianteira. E braços trapezoidais, amortecedores duplos e barras estabilizadoras na traseira. Outro equipamento usado por este sedã médio, para garantir estabilidade em vários tipos de terreno é a tração 4×4 permanente ‘Quattro’, com bloqueio eletrônico de diferencial.
No visual, as formas dianteiras são bem definidas pela grade única trapezoidal do radiador, colocada para deixar o modelo com aspecto esportivo. Os faróis bi-xenônio, com seis LEDs (light-emitting diode) integrados e sistema de lavagem são encaixados nos pára-lamas dianteiros. O teto tem linhas rebaixadas, em forma de cupê.
As laterais usam vincos acima das maçanetas que cortam o carro de ponta a ponta, outro vinco aparece abaixo das maçanetas, porém, só na região das portas e sobressalencias na parte inferior. O vidro traseiro é inclinado, o qual parece unir-se com a tampa do porta-malas, o qual tem capacidade volumétrica de 546 litros, sem rebater os bancos.
A tampa é reta na parte superior, e segue estreitando até adquirir forma de trapézio. Uma leve inclinação na parte superior foi colocada para servir como um pequeno aerofólio. Ao centro, os quatro elos interligados, símbolo da marca, com as inscrições A6 a esquerda e 3.0T quattro, a direita. As lanternas também com LEDs invadem a tampa, e para reforçar o apelo esportivo, pára-choque em uma só peça, abaixo as duas saídas do escapamento, uma de cada lado chamam a atenção.
O interior mistura a cor preta com detalhes em aço escovado, no painel, grandes mostradores de rotação e velocidade, com displays digitais abaixo e ao centro.
O console, assim como o volante são multifuncionais. Os bancos revestidos de couro no padrão Milano, onde os dianteiros têm ajuste elétrico e memória, completam o habitáculo.
Equipado com sistema MMI (Multimedia Interface), onde na tela fixa de sete polegadas e alta resolução, o condutor pode controlar as mais diversas funções como: os sistemas de som e ar-condicionado, luzes internas, computador de bordo e, inclusive, ser informado sobre a data da próxima revisão.
E toda esta tecnologia usada na construção deste carro, pode ser testada no trecho Sul do Rodoanel, ainda em construção, na região de Mauá (grande São Paulo). Para isso, a Audi montou uma pista seletiva, com espaço para teste de aceleração, frenagem, e estabilidade.
Para começar, a aceleração. Com pé embaixo, a cavalaria guardada no motor oferece resposta imediata. O arranque é bem forte, um verdadeiro ‘coice’, dá para esticar a primeira marcha até 6.200 rpm, que o A6 atende sem sobressaltos. Um detalhe que atrapalhou o trabalho dos fotógrafos, mas foi muito útil para sentir a estabilidade do carro, ficou por conta da força da natureza, já que choveu no local. Não torrencialmente, mas o suficiente para deixar a pista bem lisa. Assim, foi possível constatar o ótimo resultado oferecido pelo sistema de freios, a disco ventilados nas quatro rodas, com sistema antitravamento (ABS) com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e assistente hidráulico de frenagem (BA). Ele para de maneira suave, independente da velocidade, mas com muita firmeza ao desviar de obstáculos. Durante o slalom foi possível sentir a agilidade do modelo, ele encarou o pequeno espaço entre os cones, como se fosse um carro compacto, e sem jogar a traseira.
Há duas versões do sedã disponíveis no mercado: Audi A6 3.0 TFSI Sport quattro, preço sugerido de R$ 279.700 e Audi A6 3.0 TFSI Sport Plus quattro o qual tem custo de R$ 294.700. O modelo de entrada (Sport) usa rodas de liga leve, tamanho 8JX18 com design padrão "V" de 5 raios e pneus 245/40 R18, e para o Sport Plus, mesma medida e pneus, porém com design padrão de 5 raios.
O presidente da Audi no Brasil, Paulo Kakinoff, espera que este lançamento abocanhe 20% do segmento de sedãs que usam motores V6. “Para os modelos da linha Premium o mercado não sentiu a crise, sabemos também que o consumidor Audi quer performance, e acreditamos que continuamos a crescer em participação durante este ano”, declara de maneira otimista. Vale lembrar que os modelos da fabricante alemã são importados e não recebem os benefícios de redução e isenção de IPI aprovados pelo governo, em vigor desde dezembro de 2008.