Por: Edison Ragassi/ Fotos: Saulo Mazzoni
No Residencial Tamboré (SP), reside o advogado Alexandre. A frente da residência tem um jardim muito bem cuidado com a grama verde aparada. Quem passa por ali, nem imagina que ao descer a rampa que dá acesso à garagem irá encontrar várias raridades que representam um pouco da história do mundo automotivo.
Logo ao abrir a porta estão expostos um Mustang 1995 conversível vermelho, um Mustang Mach1 1974, também vermelho, um Chevrolet Bel Air 1957 e uma picape Ford Raptor. “O conversível era um sonho de criança, o Mach1 é raro no Brasil, que conheço só há dois, já o Chevrolet Bel Air é idêntico ao que meu pai possuía quando era mais novo, quando encontrei este igualzinho, comprei e dei de presente pra ele e caminhonete eu importei dos Estados Unidos em 2013 quando o valor do dólar permitia (risos)”, lembra ele, sobre as raridades guardadas na garagem.
O local é utilizado pelo advogado para relaxar, encontrar os amigos e, em tempos de isolamento social provocado pela pandemia, até trabalhar. Em um espaço como este não poderia faltar um bar. Mas para um apaixonado por carros, não poderia ser qualquer bar, ele foi feito na carroceria de uma Kombi. Para completar, a chopeira foi feita no motor de uma moto Honda CB400.
O Ford Maverick, com motor V8 canadense, sonho de consumo da galera jovem no final da década de 1970, também está no acervo do Alexandre. “Este é um Maverick 1976, ele está customizado, rodas esportivas, comando mais bruto, eu gosto muito de passear com ele é bem gostoso de andar”.
A cultura brasileira do automóvel tem por hábito tratar o modelo com muito carinho, cuidar aos finais de semana, dar nomes e apelidos. Em 1997 a Ford lançou no Brasil o subcompacto Ford Ka, o carro chegou com a proposta de modelo urbano, para ser o segundo veículo da casa, manteve esta proposta durante um longo período, inclusive entrou na era da informática com a versão Ka MP3 lançada em 2007, pois o sistema de som lia arquivos MP3.
Por causa das linhas arredondadas, o modelo foi apelidado de Kinder Ovo. “Eu tenho um carinho muito grande por este carro, pois quando era mais novo eu tive o Ford Ka, também foi o primeiro carro da minha esposa. Um amigo me disse que tinha um, bem cuidado, baixa quilometragem, então eu trouxe para a minha coleção”.
Além dos automóveis, a garagem é repleta de placas colocadas nas paredes, frentes e partes de automóveis como o Shelby Cobra, capô do Gurgel, uma tampa traseira do Passat serve de proteção para a TV, um motor do Fusca virou prateleira. E não poderia faltar uma pista gigante de autorama, onde os bancos colocados em volta são feitos com tambores, pintados nas cores dos carros que Ayrton Senna pilotou na F1.
Outra raridade é a roda do Coopersucar Fittipaldi, primeiro e único carro brasileiro a competir na F1. Ele foi construído pelos irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi. Estreou em 1975 e competiu até a temporada de 1982.
Assista o vídeo com todos os detalhes da garagem do apaixonado por automóveis
A paixão de Alexandre por automóveis foi herdada do pai que trabalhou como advogado da fabricante de automóveis esportivos Miura, do Rio Grande do Sul. Ele também é o maior colecionador dos esportivos, com vários modelos guardados em um galpão. Mas isso é assunto para uma outra postagem deste ‘apaixonado por automóveis’!