Saiba identificar queima da junta do cabeçote

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Saiba identificar queima da junta do cabeçote

Especialista destaca que o superaquecimento é a principal causa de ocorrências deste tipo. O problema ocorre de forma gradativa e pode levar à perda total do motor

Fundamentais para o funcionamento e vida-útil dos veículos, as juntas de cabeçote são projetadas para vedar a conexão entre o bloco e o cabeçote do motor.

A principal é evitar que fluidos, como óleo lubrificante e líquido de arrefecimento se misturem, ao mesmo tempo que mantém a compressão da mistura ar-combustível dentro das câmaras de combustão, garantindo a eficiência dos componentes mecânicos.

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Contudo, falhas na vedação ou danos estruturais podem comprometer sua eficácia e, consequentemente, levar ao quadro conhecido como queima da junta do cabeçote.

Marlon Silva, coordenador técnico, da TAKAO, explica que: “A queima da junta do cabeçote ocorre pelo contínuo funcionamento do motor em temperaturas extremas, o que afeta as condições físicas da composição da peça, que se desgastam prematuramente, reduzindo sua eficácia, até queimá-la. Mas esse não é um processo imediato. Ela acontece gradativamente e pode ser identificada por uma série de sinais”.

Quais são os sinais de queima da junta do cabeçote

– Perda de potência: ao queimar, a junta do cabeçote deixa de manter a compressão adequada nos cilindros. Com isso, a queima de combustível fica prejudicada, afetando a performance do motor. Durante a condução, será notada uma perda de potência, com uma redução nas retomadas das acelerações, falhas nas partidas ou mesmo a ocorrência de trancos na condução. Além de aumentar o consumo de combustível, esta condição pode acelerar o desgaste dos componentes e causar danos irreparáveis ao motor.

– Alto consumo de óleo e combustível: em uma situação de queima de junta do cabeçote, ocorrem vazamentos de óleo e fluído de arrefecimento para as câmaras de combustão, permitindo que se misturem. Isso leva a um aumento excessivo no consumo de óleo e o risco de danos pela falta de lubrificação adequada das peças do motor. Além disso, o consumo de combustível aumenta, uma vez que falhas na compressão dos cilindros exigirão mais combustível para manter a potência. A curto prazo, haverá um aumento nos gastos com combustível, no médio, com óleo lubrificante e no longo, com todo o conjunto motriz.

Fumaça no sistema de exaustão: “à medida que a falha da junta do cabeçote piora, ela trará mais líquido de arrefecimento para a câmara de combustão, causando o funcionamento irregular do motor”, explica Marlon Silva. “Neste momento, haverá a emissão de fumaça branca saindo do tubo de escape. No entanto, o motorista pode não notar, devido à ação do catalisador e continuar a dirigir, sem se atentar para a gravidade da situação”. O especialista destaca que, contudo, após um tempo, o sistema catalítico também será afetado e a fumaça se tornará visível, além de ser facilmente notada pelo forte odor que será exalado pelo sistema de exaustão. Entretanto, a situação já terá se agravado, comprometendo ainda mais todo o sistemas.

— Vazamentos: é comum ocorrerem vazamentos do líquido de arrefecimento em situações de queima da junta do cabeçote. Em alguns casos, também pode haver vazamento de óleo lubrificante. Um sinal característico é o acúmulo do fluido do radiador em partes do motor ou abaixo do veículo. Atualmente, os fluidos e aditivos de radiador são disponibilizados com corantes, o que facilita a identificação desses vazamentos. Marlon Silva alerta para a perda do fluido de arrefecimento nesse processo: “Quando o pistão está no curso de admissão, ele pode sugar uma pequena quantidade desse fluído para a câmara de combustão, queimada durante o evento, reduzindo gradativamente o nível do líquido”. Uma forma de garantir que não haja vazamentos é checar o nível do líquido arrefecedor no depósito de expansão. Se ele estiver muito baixo é sinal de que isso precisa ser averiguado, antes de ocasionar mais problemas.

– Contaminação de fluidos: durante a queima da junta, ocorre a mistura do óleo lubrificante com o fluido de radiador, provocando uma contaminação que afetará a lubrificação dos componentes. Ao verificar o óleo do motor, é possível notar que sua composição está alterada, apresentando uma aparência leitosa, com aspecto semelhante a café com leite ou milkshake. Nessa situação, o composto já perdeu praticamente todas suas propriedades e não lubrificará mais as partes de atrito, permitindo o desgaste prematuro e acentuado das peças do motor e agilizando o processo para a ocorrência de uma pane total do veículo.

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