Pandemia e alta do dólar provoca crise no setor de veículos importados. A queda nos emplacamentos foi de 74,6% em relação ao mês de abril no ano passado
Com o dólar beirando R$ 6,00 e a pandemia que obrigou fechar a maioria do comércio, as associadas da Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) computaram queda acentuada nos emplacamentos.
Com apenas 750 unidades emplacadas, o setor mostrou retração de 64,1% em relação a março, quando foram vendidas 2.090 unidades importadas.
Setor de veículos importados emplacou apenas 750 veículos em abril. Ao comparar com abril de 2019, quando foram comercializadas 2.950 unidades, a queda foi de 74,6%.
Com esses resultados, o primeiro quadrimestre do ano fechou com retração de 24,2%, ou seja, 7.915 unidades contra 10.446 emplacamentos de veículos importados.
O setor de veículos importados emplacou apenas 750 veículos em abril, assim, o sinal de alerta foi ligado. “Como já era esperado, com o mês completo sob impacto da pandemia e da valorização do dólar em 37% no ano, fechamos abril com quedas drásticas tanto em unidades importadas como nacionais.
O cenário de nosso setor, nos últimos dois meses, nos mostra que corremos sério risco de desestruturação total da rede de concessionárias.
Por isso, no último dia 17 de abril, protocolamos junto à Secretaria Geral de Presidência da República ofício por meio do qual solicitamos medidas emergenciais em favor do setor.
Nós tememos a paralisação total de suas atividades de comercialização de veículos novos e usados, de autopeças e também de prestação de serviços de pós-vendas.
Nos próximos meses, caso não vislumbre interferência imediata do Governo Federal”, é o que afirma João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa.
Entre as associadas à Abeifa, que também têm produção nacional, BMW, CAOA Chery, Land Rover e Suzuki fecharam abril último com 704 unidades emplacadas.
Este total representou queda de 74,1% em relação a março de 2020, quando totalizaram 2.713 unidades, e também retração a abril de 2019, de 72,3% (2.546 unidades).
Além da queda dos emplacamentos de veículos importados, o levantamento divulgado pela Fenabrave também mostrou retração acentuada nos negócios realizados com automóveis e comerciais leves fabricados no Brasil.