O motor de um automóvel, seja ele movido a gasolina, etanol, flex, diesel ou elétrico, é o coração do veículo e exige manutenção preventiva, ou seja, revisar e trocar componentes antes que cheguem ao final da vida útil, pois substituir antes de quebrar custo muito menos.
Ricardo Sardagna, executivo da Allianz Automotive, do Grupo Allianz Partners, afirma que alguns cuidados são indispensáveis. Entre eles estão manter o nível correto do líquido de arrefecimento e óleo do motor, além de realizar a troca nos intervalos recomendados pelo fabricante de acordo com o manual do veículo e seguir as especificações recomendadas. “É preciso sempre ficar atento se não há vazamentos no chão da garagem, pois neste caso o problema deve ser corrigido o quanto antes”, alerta.
O executivo também fala que outra dica importante é realizar testes periódicos na bateria para verificar se a sua capacidade de carga está adequada. O procedimento de teste da bateria é muito rápido e pode ser feito em qualquer loja de baterias ou auto elétrico. “É quase impossível para um leigo perceber quando a bateria está no fim da sua vida útil e esta é a maior causa de pane no veículo, que normalmente acontece na primeira partida do dia, com o motor frio. A incidência costuma aumentar agora com a chegada do inverno”, avisa ele.
Além disso, é fundamental realizar revisões periódicas de acordo com o intervalo recomendado pelo fabricante, normalmente a cada 10.000 ou 15.000 km, isso para a maioria dos veículos, porém é preciso lembrar que os automóveis que circulam em regime de uso severo, como no anda e para do trânsito, estradas com areia, pedra e terra, o intervalo das revisões devem ser reduzidos pela metade. Sendo assim, se o recomendado é 10.000 km, a revisão deverá ser feita após rodar 5.000 km.
Com isso, é possível evitar problemas maiores e mais caros, como o rompimento da correia dentada (ainda presente em grande parte dos veículos da frota brasileira) ou uma pane no sistema de combustível.
Sardagna alerta que os principais sinais de que o motor está com problema são mostrados da seguinte maneira: Dificuldade de partida, perda de potência, motor falhando, ruídos estranhos, vibrações ao rodar e superaquecimento. Em alguns casos, a emissão de fumaça pelo escapamento, depois que o motor atinge a sua temperatura normal de trabalho, também é sinal de que o motor não está funcionando da maneira correta.
Como fazer a manutenção do motor de um carro. Sobre a periodicidade de uma revisão completa do motor, o executivo aconselha que seja feito a cada 10.000 ou 15.000 km rodados, porém, isso também irá depender do modelo do veículo e do tipo de utilização. “Alguns modelos premium avisam o motorista por meio de mensagens no painel quando chega o momento da revisão. O manual do proprietário ainda é a melhor fonte para saber exatamente quando realizar as revisões. Além disso, é recomendado procurar uma oficina de confiança sempre que alguma luz de advertência acender”, aconselha.
Por outro lado, alguns componentes do motor são essenciais e demandam maior atenção. É o caso dos sistemas de arrefecimento, de lubrificação e de alimentação, que precisam de manutenção periódica para manter um funcionamento adequado.
Outro ponto muito importante e que nem sempre é levado em consideração é a qualidade do combustível. “Minha primeira dica é evitar o abastecer em postos de combustíveis sem bandeira ou que tenha preços muito abaixo da média. Procure indicações nas oficinas sobre os postos mais confiáveis da sua região”, alerta Sardagna.
Mesmo assim, o executivo afirma que ainda é comum a ocorrência de combustível adulterado e os principais indicativos são o alto consumo, a perda de potência, falhas do motor e emissão de água pelo escapamento.
Para realizar a verificação do sistema de arrefecimento do veículo, é preciso ficar atento ao nível e a coloração do líquido no reservatório, que sempre conta com a marcação do nível ideal. Para isso, é necessário que o motor esteja totalmente frio para que seja possível fazer a leitura correta do nível. Mas no caso dos motores com bloco e cabeçote de alumínio, utilizados em modelos como o VW Virtus, Chevrolet Onix ou Fiat Argo, a cor do liquido não muda quando há desgaste.
O executivo alerta que nunca se deve abrir o reservatório com o motor quente ou em funcionamento, pois isso pode causar graves acidentes. “A rigor, é necessário um aparelho de teste para verificar se a proporção de líquido de arrefecimento em relação à água está adequada, mas a identificação visual também é bastante útil. Se a coloração do líquido for quase transparente e/ou turva, é hora de substituir o líquido”, afirma. Já nos casos de motores de alumínio, não arrisque, substitua no período recomendado pela fabricante.
As mangueiras do motor também são componentes que devem ser observados. Segundo Sardagna, o sinal mais típico de que existem problemas é quando a mangueira “engorda” nas extremidades, na região próxima à abraçadeira de fixação. Mas ele afirma, porém, que “nem sempre isso indica um problema real e nunca é possível para um leigo verificar todas as mangueiras importantes do veículo, ou seja, mais motivos para fazer as revisões periódicas com reparadores ou mecânicos profissionais”.
Por fim, o executivo lembra que os motores são dimensionados e preparados para trabalhar em faixas de temperatura bem elásticas, sem qualquer problema com a alteração do clima. Porém, o bom senso indica que devemos ter mais atenção com o sistema de arrefecimento no verão e mais atenção com a bateria no inverno.
Além disso, é muito comum durante o inverno que os motoristas recorram ao famoso “tranco” quando o carro não dá a partida, mas o executivo alerta que essa prática deve ser evitada ao máximo, pois o risco de danos ao motor, especialmente ao catalizador e embreagem, é grande.
Seguindo essas dicas, a chance de o carro ir parar na oficina por problemas no motor diminui consideravelmente, portanto, fique atento e conte sempre com o serviço especializado para manter o funcionamento do seu veículo em dia.
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Por: Edison Ragassi