Um ônibus 100% movido a gás natural veicular (GNV), cujo motor é fabricado pela Scania, começou a operar a partir de hoje, dia 3 de março, no sistema de transporte coletivo urbano da região metropolitana de Curitiba.
Esta ação integra o projeto de mobilidade urbana sustentável por meio do uso do gás natural, realizado pela Compagas (Companhia Paranaense de Gás) em conjunto com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP) e com o Governo do Estado. O operador escolhido foi a Viação São José. A demonstração na linha metropolitana levará 30 dias e o objetivo será certificar os indicadores de eficiência, em especial, a redução nas emissões de poluentes.
Neste caso, o itinerário escolhido foi a linha São José / Guadalupe e percorrerá, diariamente, um trajeto de mais de 280 km entre São José dos Pinhais e Curitiba. O veículo Scania é do tipo padron e de modelo K 280, com 13,2 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. Essa é a primeira vez que o ônibus a gás é testado em uma linha metropolitana.
Segundo divulgado pela Scania, o uso do gás natural permite uma redução significativa de poluentes na atmosfera. Comparado ao motor movido a diesel, o veículo a gás emite um índice que pode chegar a até 20% a menos de CO2 (dióxido de carbono, o gás que provoca o efeito estufa). Os benefícios também estão ligados diretamente à saúde da população. A redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e de material particulados chega a 85%. Os efeitos são de curto prazo, com um menor índice de doenças cardiovasculares e da perda de produtividade causada por esses poluentes.
No entanto, a Scania explica que, para viabilizar os ônibus movidos a gás não são necessárias alterações significativas nos projetos das carrocerias. Sendo assim, as instalações dos cilindros de gás podem ser feitas entre as longarinas do chassi (abaixo do assoalho) ou sobre o teto. Caso seja necessária uma autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros.
O modelo K 280 4×2 que roda em Curitiba tem motor com 280 cavalos de potência. Sendo assim, ele é de Ciclo Otto, ou seja, o mesmo conceito dos motores de automóveis e movido 100% a gás e/ou biometano, ou mistura de ambos. Vale destacar que não é um propulsor que foi convertido do diesel para o gás, mas sim desenvolvido para utilizar o GNV. Ele tem garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, desempenho consistente e força semelhante ao similar a diesel, além de ser mais silencioso. Neste momento, ele se enquadra nos três pilares sustentáveis exigidos, ou seja, é econômico, social e ambiental. Para o ônibus em demonstração em Curitiba, foram instalados 8 cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 km.
Por sua vez, a Scania incluiu o desenvolvimento do motor movido a gás natural veicular no plano de investimento de R$ 2.6 bilhões, o qual foi compreendido entre o período de 2016 e 2020, o qual contemplou o lançamento da Nova Geração de Caminhões da marca. Agora o próximo passo é demonstrar e buscar clientes para os ônibus movidos a GNV.